Federer e Wawrinka fazem raro duelo de compatriotas por vaga na final

DANIEL E. DE CASTRO

Em um circuito onde os dez melhores tenistas da atualidade são de países diferentes, duelos decisivos entre compatriotas têm sido raros.

Nos últimos cinco anos, das 40 semifinais de Grand Slam disputadas, apenas duas colocaram representantes da mesma nação frente a frente: Rafael Nadal e David Ferrer em Roland Garros-2012 —também decidiram o título no ano seguinte— e Roger Federer e Stan Wawrinka no Aberto dos EUA-2015.

O confronto suíço, que se repetirá nesta quinta (26), às 6h30, pela semifinal do Aberto da Austrália, será um dos mais importantes dos 21 duelos entre eles. Federer, 35, levou a melhor 18 vezes, enquanto Wawrinka, 31, saiu vencedor de três.

Apesar dos apenas quatro anos de diferença de idade, Wawrinka demorou muito mais que o adversário para figurar nas primeiras posições do ranking. Seu primeiro título de Grand Slam, na Austrália, em 2014, o levou à terceira posição. Depois disso, ele oscilou dentro do top 10 e conquistou Roland Garros-2015 e o Aberto dos EUA-2016.

Já Federer, que chegou ao topo do esporte pela primeira vez em 2004 e tem 17 troféus de Grand Slam, não vence um torneio desse porte desde Wimbledon-2012.

Se o favoritismo fosse determinado apenas pelo ranking, ele seria todo de Wawrinka, atualmente o quarto colocado —Federer, que ficou afastado por lesão desde julho do ano passado, é o 17º.

Porém os dois fizeram um torneio de alto nível até aqui, com três sets perdidos cada um e vitórias convincentes nas últimas partidas. O ex-número um do mundo leva vantagem em bolas vencedoras (282 a 243) e erros não forçados (154 a 179). Como afirmou o site oficial da competição, ele passou de “favorito sentimental” a “favorito genuíno” ao título.

Amigos, medalhistas de ouro em duplas na Olimpíada de Pequim-2008 e vencedores da Copa Davis em 2014, os suíços prometem protagonizar uma batalha em quadra pela vaga na final.

Stan Wawrinka comemora após avançar às semifinais do Aberto da Austrália (Peter Parks/AFP)
Stan Wawrinka comemora após avançar às semifinais do Aberto da Austrália (Peter Parks/AFP)

RAFAEL NADAL

Com as eliminações precoces de Andy Murray e Novak Djokovic, as expectativas por um duelo entre Federer e Nadal na decisão crescem a cada rodada. Após um 2016 difícil para eles por conta de lesões, ambos foram as grandes estrelas da chave masculina até aqui e os maiores responsáveis pelo excelente nível do torneio.

Após uma vitória intimidadora, em três sets, diante do terceiro do ranking, Milos Raonic, o espanhol enfrentará o búlgaro Grigor Dimitrov, que ganhou todos os dez jogos que fez em 2017. Antes de Melbourne, ele levou o troféu de Brisbane derrubando favoritos como Raonic, Dominic Thiem e Kei Nishikori. Promessa de outro jogão, esse na sexta (27).