Título de Alexander Zverev é marco da chegada de uma nova geração de tenistas

DANIEL E. DE CASTRO

Há muitos anos sob o domínio de quatro jogadores (pelo menos três deles estão entre os melhores da história), o tênis vê sua tão esperada renovação acontecer cada vez mais rápido.

O título de Alexander “Sascha” Zverev em Roma, ao dominar Novak Djokovic na final, é o sinal mais claro de que o momento da passagem do bastão se aproxima. O alemão de 20 anos e 1,98 m representa, ao lado do australiano Nick Kyrgios, 22, e do austríaco Dominic Thiem, 23, o que há de melhor na nova cara do esporte.

Apesar da diferença de idade entre eles, todos fazem parte do que a ATP chama de Next Generation, ou #nextgen, para que pareça mais jovem e descolado.

Zverev, o mais novo, foi o primeiro da turma a conquistar um título de Masters e o segundo a entrar no top 10. Thiem está na sétima posição atualmente, a melhor de sua carreira. Kyrgios, hoje em 19º, já esteve em 13º. Parece questão de tempo (e de cabeça) para integrar o grupo dos dez melhores.

Além das boas campanhas em torneios recentes, todos eles já conseguiram superar pelo menos dois dos integrantes do “Big Four”. Zverev tem vitórias sobre Djokovic e Roger Federer. Thiem só não bateu o sérvio, e Kyrgios, Andy Murray.

Em 2017, o alemão, quarto melhor tenista da temporada, já conquistou três títulos e tornou-se o mais novo a levantar o troféu de um Masters desde Djokovic em 2007. Também foi o primeiro nascido nos anos 1990 a faturar um torneio desse porte.

Thiem, terceiro colocado no ranking do ano, chegou a uma final e a uma semi em Masters, ambos no saibro, piso em que é especialista. Kyrgios, mais instável, derrotou o sérvio duas vezes seguidas e fez uma duríssima semifinal em Miami contra Federer.

Aos poucos, os três ocupam seus lugares na elite do tênis. É verdade que nenhum deles chegou fazendo tanto barulho quanto Djokovic e Rafael Nadal (Zverev pode se aproximar disso se vencer Roland Garros ou outro Grand Slam nesta temporada). Mas, com a velha guarda ainda em alta, o caminho para o topo torna-se mais longo.

Para a sorte dos fãs de tênis, o choque de gerações visto três vezes em Roma (Thiem x Nadal, Thiem x Djokovic e Zverev x Djokovic) deve se repetir com frequência nos próximos meses.

SVITOLINA

Entre as mulheres, a nova geração também avança. A ucraniana Elina Svitolina, 22, ficou com o título em Roma, lidera a corrida de 2017 e agora está em sexto no ranking da WTA. Há 15 atletas com até 21 anos entre as cem melhores da lista. No ranking da ATP, são nove.

Elina Svitolina com o troféu em Roma (Tiziana Fabi/AFP)