Ostapenko mostra força, fura fila e lembra Guga ao conquistar Roland Garros
Jelena Ostapenko. Quem não acompanha tênis com frequência e para além das rodadas decisivas dificilmente havia ouvido falar desse nome até este sábado (10).
A tenista da Letônia conquistou em Roland Garros o título de Grand Slam mais surpreendente desde o primeiro de Gustavo Kuerten, em 1997.
No mesmo dia em que Guga levantava a Taça dos Mosqueteiros, Ostapenko nascia na cidade de Riga. As coincidências, como relatado neste post, não param por aí.
Assim como o brasileiro, ela alcançou seu primeiro troféu como profissional aos 20 anos, logo em um Grand Slam. Também em repetição do feito de Guga, sem ser cabeça de chave. Foi a primeira nessa condição a ser campeã em Paris desde 1933, muito antes da era profissional.
Ostapenko, que saltará da 47ª para a 12ª posição no ranking da segunda-feira (12), sempre foi considerada uma das atletas mais promissoras da nova geração. O que não se esperava era que uma conquista desse tamanho viesse tão rápido, e no saibro.
Young aggression gives Ostapenko the edge in capturing her first major title. #RG17 #IBMsports @IBM pic.twitter.com/iam5bZPjpl
— Roland-Garros (@rolandgarros) 10 de junho de 2017
A estratégia kamikaze da letã, que proporciona quantidades absurdas de bolas vencedoras e erros não forçados na mesma partida, em tese funciona melhor nas quadras rápidas. Na final contra a romena Simona Halep, foram 54 em cada um desses quesitos (a adversária registrou oito winners e dez erros).
Ao vencer Roland Garros, Ostapenko fura fila considerável de rivais mais experientes e com carreiras consolidadas, mas que nunca conquistaram um Grand Slam. As ex-líderes do ranking Caroline Wozniacki, Jelena Jankovic e Dinara Safina (já aposentada) são exemplos conhecidos.
A própria Halep, que terá que lidar com uma enorme frustração após perder sua segunda final em Paris, e a tcheca Karolina Pliskova, ambas em disputa para chegar ao número 1, são outras que jamais triunfaram em um dos quatro principais torneios.
E por que Ostapenko chegou lá tão cedo? Além dos golpes vistosos e potentes, deve-se ressaltar a incrível força da jovem. Na decisão, ela saiu de uma desvantagem de 1 set a 0 e 0-3 em games na segunda parcial para virar o confronto. Nas sete partidas da campanha, foram quatro reviravoltas.
Não que ela não oscile. Aliás, seus momentos de desespero são bem visíveis pelos gritos e caretas. Mas, durante toda a trajetória, a campeã soube sair do buraco quando precisou. O que já seria enorme para qualquer tenista coroa ainda mais o histórico título da zebra letã.