Murray cai de pé, Djokovic preocupa e Federer brilha em Wimbledon

DANIEL E. DE CASTRO

No último game, quando a derrota já era apenas questão de tempo, Andy Murray ainda jogou dois pontos incríveis.

Primeiro, correu até a rede para buscar uma bola que poucos —mesmo saudáveis— alcançariam. Depois, fez um winner na corrida para ser aplaudido de pé. Seria o normal do britânico se ele não estivesse com fortes dores no quadril.

O problema, que o perseguiu desde a primeira partida em Wimbledon, foi agravado no jogo contra o americano Sam Querrey, pelas quartas de final. A partir do quarto set, Murray passou a se arrastar em quadra e acabou eliminado (3/6, 6/4, 6/7, 6/1, 6/1) após duas horas e 41 minutos.

Nos últimos dez anos, essa é a terceira vez que o principal tenista da casa não chega à semifinal. Um golpe duro para ele e para a torcida (que agora deposita todas as fichas em Johanna Konta), mas, sem dúvidas, uma queda com dignidade do número um do mundo.

Murray manterá a liderança do ranking da próxima segunda (17). É verdade que as suas performances de 2017 passam longe do nível que o levou ao topo no fim do ano passado, mas a derrota para Querrey lembrou a persistência que tanto o ajudou a chegar lá.

QUERREY

O americano de 29 anos, quem diria, superou a campanha do ano passado, quando eliminou Djokovic (na época número um) e fez quartas de final. É o primeiro tenista dos EUA a alcançar uma semi de Grand Slam desde Andy Roddick, em Wimbledon-2009.

Na grama, o saque do atleta de 1,98 m faz a diferença —até agora ganhou em média 83% dos pontos com o primeiro serviço e fez 25 aces por jogo. Diante do britânico, ele foi além e disparou 70 winners.

A semi será contra o croata Marin Cilic, que eliminou Gilles Müller também em cinco sets e chega embalado para buscar sua segunda final de Grand Slam.

DJOKOVIC E FEDERER

O sérvio foi outro que sofreu com lesão nesta quarta (12). Ele abandonou a partida contra o tcheco Tomas Berdych no início do segundo set (havia perdido o primeiro), sua primeira desistência em Grand Slam desde 2009.

O problema no cotovelo direito já dura um ano e meio, segundo disse em entrevista, e é mais um baque na tentativa de recuperação de Djokovic, que passará em branco pelo quinto major consecutivo. O episódio pode afetar o restante da temporada do sérvio e impede um esperado duelo entre ele e Roger Federer na semifinal.

O suíço jogou de forma espetacular dois sets e o tie-break do terceiro para superar Milos Raonic. Foi contra o canadense que ele fez sua última partida no ano passado. Após aquela derrota na semi de Wimbledon, Federer passou por cirurgia no joelho e só voltou em 2017.

Sete vezes campeão do torneio, ele é o único representante do “Big Four” nas semis e mais do que nunca favorito para o oitavo título.

SEMIFINAIS MASCULINAS DE WIMBLEDON

Sexta-feira (14) – horário ainda não foi divulgado

Sam Querrey (24) x Marin Cilic (7)
Roger Federer (3) x Tomas Berdych (11)