Capitão brasileiro da Copa Davis diz que houve desencontro com Rogerinho
João Zwetsch, capitão da equipe brasileira da Copa Davis, busca abafar o ruído causado pela decisão de não convocar inicialmente Rogerinho para o confronto contra o Japão, de 15 a 17 de setembro, na casa dos adversários.
Nesta sexta (1º), em nota divulgada por sua assessoria, o tenista afirmou que “teve que ir atrás do capitão para saber” se seria convocado e que, depois da negativa, preparou seu calendário até o fim da temporada. Esse motivo, de acordo com ele, motivou a recusa em substituir o lesionado Thomaz Bellucci.
Antes de embarcar de Nova York, onde esteve para acompanhar o Aberto dos EUA, Zwetsch concedeu entrevista à Folha por telefone. Abaixo estão as falas do capitão sobre o assunto e também sobre o momento de Bellucci, de quem foi técnico até junho.
Conversa
Um mês e meio, 50 dias antes, a gente começa a procurar o pessoal para falar sobre uma convocação ou eventualmente do porquê de uma não convocação. O Rogerinho sabe como funciona. Desta vez o que aconteceu foi que, no final de julho, ele me deu uma ligada porque estava querendo acertar o calendário dele. Foi muito mais uma questão de “timing”, de ele ter me ligado um pouquinho antes de eu ligar para ele. Acho que ele ficou um pouco chateado por não ter sido convocado e eu entendo, todo mundo quer jogar. Ele sempre foi um cara super dedicado.
Escolha
Quando falei com ele, disse claramente que a opção de levar o Thiago [Monteiro] foi muito pela quadra, pelo piso duro. Nesse piso, o Rogerinho nunca teve resultados muito expressivos, e o Thiago está vindo num ano de afirmação e é um jovem jogador. Uma das coisas que a gente procura sempre é apostar em alguma renovação da equipe. O Thiago é esse cara que está vindo com 23 anos e que tem muitos anos pela frente na Davis. Vejo que na quadra em que a gente vai jogar lá, os dois no mínimo se equivalem. Se o confronto fosse em quadra de saibro eu teria levado o Rogerinho. Ele está num ano melhor, apesar de estar jogando muitos challengers, e o Thiago muito mais torneios maiores que ele, o que também faz diferença.
Recusa
Ele está certo, está num momento em que tem que olhar as coisas dele, já se doou bastante para a equipe. Acho legal [a reação] da parte dos jogadores porque mostra que eles ainda têm vontade de jogar a Copa Davis, apesar de todos estarem aí há anos. Isso é ótimo, porque muitas vezes não é fácil sacrificar o calendário.
Chances
Com o Thomaz acho que nossas chances seriam maiores. Pelo ano que o Rogerinho vem tendo poderia ter uma chance um pouquinho melhor do que vai ter agora com o [Guilherme] Clezar. Vejo que a nossa chance maior seria se o Thomaz fosse jogar porque ele tem realmente condição de, num dia inspirado, jogar um tênis de altíssimo nível. Acho que todos os outros se equivalem. Não tem nenhum tipo de clima ruim. Está todo mundo tranquilo, o que importa agora é focar o confronto. Acho que ainda tem uma boa possibilidade. Com o [Kei] Nishikori não jogando, o confronto se nivela. Vamos ter as nossas chances em todos os jogos.
Bellucci
O Thomaz tem muito para dar ainda, para fazer enquanto jogador. Tomara que o André [Sá, jogador e técnico de Bellucci] consiga ao longo do tempo fazer o Thomaz retomar o rumo dele e colocar em prática o potencial que ele tem. Vamos esperar ele passar dessa fase, se recuperar fisicamente e voltar ao normal para ver o que acontece.