Naomi Osaka volta às quadras como celebridade após título nos EUA
Campeã do Aberto dos EUA na conturbada final contra Serena Williams, a tenista japonesa Naomi Osaka, 20, voltará às quadras nesta semana, no torneio de Tóquio.
Ela começará sua campanha já na segunda rodada, ainda sem dia confirmado, contra a vencedora do jogo entre a compatriota Nao Hibino e a eslovaca Dominika Cibulkova.
A coincidência de jogar em casa pouco mais de uma semana após ter atingido o ápice da sua curta carreira deve reforçar o papel de estrela que ela assumiu nos últimos dias.
Exaltada pelos jornais japoneses como primeira tenista do país a vencer um torneio do Grand Slam, Osaka passou a cumprir uma agenda extensa de compromissos comerciais e entrevistas.
Entre elas, participou do popular programa The Ellen Show, da apresentadora Ellen DeGeneres, quando tietou e foi tietada pelos outros convidados: o astro da NBA LeBron James e o ator americano Channing Tatum.
O título em Nova York lhe rendeu US$ 3,8 milhões, mais da metade do que ela soma em prêmios até agora. Segundo o jornal britânico The Times, a Adidas prepara uma renovação de contrato com a tenista no valor de US$ 8,5 milhões anuais.
Nesta semana, ela assinou com um novo patrocinador, a montadora Nissan, que se junta à alimentícia Nissin e à fabricante de equipamentos esportivos Yonex como apoiadoras japonesas da atleta.
Ainda que com rotina e cifras de celebridade, Osaka continua ganhando fãs por sua timidez e espontaneidade.
Após o título, ela disse que provavelmente comemoraria jogando videogame. Durante o programa de Ellen DeGeneres, afirmou que daria parte da premiação a seus pais, para eles comprarem uma grande TV e assistirem ao talk-show da apresentadora.
Ainda na entrevista, a atleta relatou que o momento das vaias do público na cerimônia de premiação do Aberto dos EUA foi estressante.
Estresse é algo que não combina com a personalidade de Osaka, que permaneceu impassível diante das reclamações de Serena com o árbitro na final. A partir de agora, porém, ela precisará lidar com um novo nível de expectativa sobre seus resultados.
A letã Jelena Ostapenko, 21, campeã de Roland Garros no ano passado, é um exemplo da dificuldade de manter a regularidade num circuito tão equilibrado quanto o da WTA.
Apesar de ainda estar no top 10 do ranking, o desempenho dela em grandes torneios ainda é oscilante. Neste ano, Ostapenko foi até a semifinal em Wimbledon, mas caiu na primeira rodada quando defendeu do título em Paris e na terceira rodada no Aberto da Austrália e no Aberto dos EUA.
Há algumas semelhanças entre Osaka e Ostapenko, duas tenistas nascidas em 1997, de estilo de jogo agressivo e que de uma hora para outra viraram estrelas em países com pouca tradição no tênis.
Para escapar das armadilhas da fama e continuar sua trajetória ascendente, Osaka poderá se inspirar no desempenho que teve em Nova York, quando paciência, golpes afiados e confiança estiveram especialmente alinhados.