Primeiro Serviço https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br Histórias, análises e pitacos sobre tênis Wed, 16 Jan 2019 14:14:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Técnico brasileiro vai guiar recomeço de Orlandinho e Teliana na Espanha https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/04/tecnico-brasileiro-vai-guiar-recomeco-de-orlandinho-e-teliana-na-espanha/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/04/tecnico-brasileiro-vai-guiar-recomeco-de-orlandinho-e-teliana-na-espanha/#respond Thu, 04 Jan 2018 11:59:57 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/btt-180x135.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=897 O técnico brasileiro Leo Azevedo, 41, terá a missão de guiar três compatriotas que buscam novos ares no esporte. Por meio de uma parceria da confederação brasileira com a academia BTT (Barcelona Total Tennis), ele será o responsável pelo desenvolvimento dos jovens Orlando Luz e Felipe Meligeni, ambos de 19 anos. Também conduzirá a pré-temporada de Teliana Pereira, que não atua em competições desde junho de 2017.

Um dos coordenadores técnicos da BTT, Azevedo esteve por oito anos na USTA (Associação de Tênis dos EUA). De 2003 a 2006, ele já havia trabalhado na Espanha, na academia de Juan Carlos Ferrero. No Brasil, foi técnico de Ricardo Mello, Flávio Saretta e Thomaz Bellucci.

Em entrevista à Folha, Azevedo fala sobre as necessidades de cada um dos novos pupilos e as diferenças de cultura das escolas americana e espanhola. Também conta que tenta passar sua paixão por literatura para os atletas e como foi conviver com o ex-tenista Ivan Lendl na USTA.

Leo Azevedo com alunos do projeto Ícaro
Leo Azevedo com alunos do projeto Ícaro (Arquivo pessoal)

Como surgiu a parceria com a CBT e de que forma vai funcionar a ida dos atletas para a Espanha?

Eu comecei a conversar com eles [CBT] em julho, eles estavam buscando um lugar na Espanha para ter como base. Acho que o fato de eu ser brasileiro ajudou a fazer esse meio de campo, mas eu não me meti na escolha dos jogadores. A CBT me perguntou sobre eles, e eu eu falei que, se tivesse a possibilidade, ficaria encantado de ajudá-los. A Teliana foi diferente. O empresário dela me procurou antes disso. Ela queria fazer pré-temporada na Europa neste ano e calhou de eu estar lá. Depois da pré-temporada a gente vai ver o que acontece.

O Orlandinho e o Felipe estão indo por um período de tempo determinado?

Não, estão indo para ficar. Eu vou estar com eles 95% do tempo, sou responsável por eles. Em algumas semanas talvez tenham que viajar com outro treinador, mas 95% dos dias de treino e das viagens vão ser comigo.

Vocês já planejaram o calendário do começo do ano?

Não vai ter muita opção diferente do que jogar em quadra rápida na Europa, porque não tem nada de saibro. Possivelmente a gente vai começar na Turquia.

O contrato da CBT é diretamente com você ou com a academia?

Com a academia. Eu fiz a intermediação, mas eles vão pagar a academia.

[A CBT informa que o acordo entre as partes —com confidencialidade— “contempla um desconto considerável para cinco atletas brasileiros em transição (2 fixos e 3 volantes) treinarem na academia, com cerca de 80% dos custos pagos pela CBT, incluindo neles alimentação, hospedagem e treinamento. Os critérios para a escolha dos nomes, segundo a entidade,  “são vinculados ao projeto de transição da CBT, priorizando os atletas em transição que já participam do mesmo e com o aval da academia”.]

Orlando Luz, o Orlandinho (DGW Comunicação)
Orlando Luz, o Orlandinho (DGW Comunicação)

O que você conhece sobre esses três jogadores e o que eles precisam de imediato?

Vamos começar com a Teliana, ladies first. Faz muito tempo que eu não a vejo jogar. O que eu vi: é guerreira, carne de pescoço, dá muito pouco ponto de graça. Sempre foi muito forte fisicamente, aguentou jogos longos. Ela tem que tentar, sem perder a essência, jogar um pouquinho mais agressiva. Mas isso eu vejo de fora, quando começar a trabalhar a gente vai ver quão confortável ela estará para fazer esses ajustes. Quando conversei com ela achei sensacional, estava com um brilho no olho incrível, querendo muito voltar. Ela não vai jogar saque e voleio, mas vou tentar que imponha o jogo um pouco mais.

O Orlandinho já mostrou que pode jogar bem, em algum momento ele vai voltar. É um cara com uma boa direita, tem uma leitura de jogo boa, disciplina tática. Sempre achei que é um jogador muito voltado para o saibro, e no tênis hoje não existem mais especialistas, menos ainda no saibro. De repente ele pode sacar um pouco mais agressivo, talvez consiga chegar mais à rede, saber devolver entrando. Acho importante dar armas para o jogador. Ele teve um ano difícil, não ganhou muito. Tem a parte mental de entender que foi número um do mundo juvenil, que tem jogo para estar lá na frente, mas não está.

O que eu conheço do Felipe: a bola dele anda. É uma característica difícil de ensinar. Vejo que ele é explosivo, talvez falte um pouco de ordem tática. Precisa entender o que fazer com o que ele tem, o que vem com a maturidade. Gosto muito de ordenar taticamente o jogador. Tanto ele como o Orlandinho podem crescer fisicamente. E mentalmente entender que saem de um processo em que se ganha muito mais para um em que se perde muito mais.

Eu gosto que os jogadores se vejam jogando no auge. Pedi para os três me mandarem o vídeo de um jogo quando estavam no top e me falarem o que faziam bem ali. Às vezes eles não lembram.

É como se eles fossem atrás de você com um pedido de ajuda?

Ajuda o fato de eu estar em Barcelona agora. É um fator de mudança para eles. Ter a chance de passar alguns anos na Espanha é enriquecedor, tenisticamente e culturalmente. Acho que eles me veem como alguém que pode ajudá-los a passar por essa transição, por essa tormenta, sem perder muito o rumo.

Para você também é uma motivação pessoal?

Por eu ser brasileiro existem algumas vantagens muito importantes. Bem ou não, um americano vai motivar melhor outro americano. Por melhor que alguém fale inglês, tem a barreira da língua, de como falar. Isso me motiva a fazer um bom trabalho com um brasileiro dez anos depois da última vez que trabalhei com alguém do país.

Felipe Meligeni em encontro da confederação em Florianópolis (Rafael Coelho/CBT)
Felipe Meligeni em encontro da confederação em Florianópolis
(Rafael Coelho/CBT)

Como você trabalha a formação cultural e pessoal do jogador?

Sempre achei que, quanto mais informado, maiores as chances de ser um bom jogador. Um cara que tem uma boa leitura de coisas que acontecem fora da quadra talvez tenha também dentro dela. Hoje é importante você saber falar, se relacionar com as pessoas. Às vezes você está em uma coletiva de imprensa e não sabe o que vai vir.

Tenho uma história gratificante de quando eu treinei as meninas [nos EUA] em 2011 e 2012. O grupo era a Claire Liu, a Kayla Day e a CiCi Bellis. Eu falei que no clube, em dia de jogo, não queria que elas usassem o telefone. Mas não queria que fosse algo mandatório, que eu pegasse o telefone delas, porque essa não seria a melhor forma de educar.

Propus que, quando a gente fosse para torneios, eu passaria em uma livraria e daria um livro para cada uma. E que, pelo menos em dia de jogo, elas teriam que passar a maior parte do tempo lendo em vez de ficar no telefone. A cada vez que elas acabassem de ler um, eu compraria outro, do meu dinheiro.

A maioria foi bem. E quando eu terminei de treinar a Claire, que foi com quem eu fiquei por mais tempo [cinco anos], a mãe dela disse: muito obrigada pelos torneios juvenis que ela ganhou, pelo primeiro ponto profissional, mas você não sabe a gratidão que eu tenho por ter implementado o gosto da leitura para ela.

Tem um livro muito antigo da rivalidade entre Chris Evert e Martina Navratilova. Eu comprei e dei para o treinador dela. Falei que quando ela assinasse o contrato de profissional [o que fez no ano passado], ele daria o livro para ela. Fiz uma dedicatória: “espero que no final da sua vida profissional você possa escrever um livro de uma grande rivalidade com outra grande campeã”.

Se você tivesse nas mãos um bad boy como o Nick Kyrgios, o que falaria para ele?

Acho que ele precisa entender que, se por alguns anos fizer algumas coisas que não quer, por muitos anos vai poder fazer tudo o que quer.

Claire Liu comemora vitória no qualificatório do Aberto dos EUA-2017 (Wang Ying/Xinhua)
Claire Liu comemora vitória no qualificatório do Aberto dos EUA-2017 (Wang Ying/Xinhua)

Quais as diferenças de cultura entre as escolas americana e espanhola?

Tem muito mais quadras rápidas nos EUA do que na Espanha. Na Califórnia, a quadra é gelo, não tem troca de bola. Se o moleque é mais forte, saca bem, a bola não volta. Isso não ajuda muito na formação tática. No profissional, mesmo a quadra rápida demanda mais golpes. Nos EUA acho que não tem 30 quadras do saibro verdadeiro.

O americano é muito técnico, pega o carrinho de bola e faz várias repetições. Mostra que a cabeça da raquete é 15 graus mais para cá ou para lá. Na Espanha tem mais movimento desde o começo, por isso que os espanhóis se mexem bem. Você vai ver torneio de 12 anos e o jogador já está batendo de direita em ¾ da quadra.

Mas está mudando. O [José] Higueras [ex-jogador e treinador espanhol que trabalha na USTA] está tentando usar o bom do americano, que é a mentalidade sacadora e da quadra rápida, somado ao fator espanhol de ordem tática e preparação de pontos.

Como foi conviver com o Ivan Lendl na USTA? Você costuma dizer que ele não é a pessoa fechada que aparenta ser.

Para ser justo preciso falar antes do Higueras, que me levou para lá. Ele é o cara com quem eu mais aprendi tênis até hoje, para mim é um gênio como pessoa. Ele ensina tanto sobre valores, ética, e vê o tênis de uma maneira tão simples. É como um segundo pai, e foi por causa dele que conheci o Lendl.

Quando apliquei para obter o green card eu precisava de cartas. Tinha um contato superficial com o Lendl, mas sabia que uma carta dele seria legal. Pedi para o Jay Berger, técnico dos homens, levar a carta para ele ler e assinar. Ele me disse que o Lendl nem leu, só assinou. Mais tarde, quando voltou para a USTA para trabalhar com os homens, o Lendl disse que aceitava, mas que me queria no grupo.

Aí passamos a conviver mais. Ele é completamente o contrário da imagem que passa. Super bem humorado, de uma humildade, ele tratava os meninos igual ou melhor que tratava o Murray [de quem foi treinador]. Tive muita sorte de trabalhar com ele e com o Higueras. Só o fato de ter estado com eles fez os oito anos nos EUA valerem a pena.

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Promessa do tênis brasileiro, Thiago Wild gosta de pressão e foge do ‘salto alto’ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/21/promessa-do-tenis-brasileiro-thiago-wild-gosta-de-pressao-e-foge-do-salto-alto/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/21/promessa-do-tenis-brasileiro-thiago-wild-gosta-de-pressao-e-foge-do-salto-alto/#respond Tue, 21 Nov 2017 14:31:07 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/thiagowildantalya17gd-180x135.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=850 Aos 17 anos, o paranaense Thiago Wild está próximo de contrariar os conselhos maternos e tornar-se um tenista profissional. Apesar de ainda ter uma temporada em que pode jogar como juvenil, ele já ostenta bons resultados entre os adultos.

Neste mês, o adolescente conquistou seu primeiro título de um torneio da categoria future, na Turquia, e recebeu convite para a chave principal do challenger do Rio de Janeiro. Ele deve estrear nesta quarta (22), contra o chileno Nicolás Jarry, 22.

Wild, apontado como o principal tenista juvenil do país, é um dos três atletas nascidos nos anos 2000 a ter conquistado um troféu profissional. Os outros dois, ambos de 17 anos, são o canadense Felix Auger-Aliassime e o espanhol Nicola Khun, duas das maiores promessas do tênis mundial.

Nascido em Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná, Wild mudou-se para o Rio de Janeiro em 2014, após se destacar em torneios sul-americanos. Ele treina na academia Tennis Route, mesmo local de nomes como Bia Haddad, Thiago Monteiro e Marcelo Demoliner e onde também trabalha seu pai, o ex-tenista Claudio Ricardo Wild.

A mãe, Gisela, é ortodontista. O jovem conta que ela o incentivava a ter uma “vida normal” e estudar para fazer faculdade, preferencialmente de medicina. Do pai, que o treinou anteriormente, ele ouvia: “escuta sua mãe e vamos ver no que dá”.

Até agora, o início promissor vem dando razão à persistência do atleta. Wild sabe que a expectativa sobre sua carreira é grande e não encara a pressão de forma negativa.

“Desde pequeno, eu sempre gostei dessa pressão que colocam em mim, sempre gostei de jogar assim. Com certeza as pessoas esperam bastante, mas não escuto muito o que as pessoas de fora da minha equipe falam”, afirma em entrevista à Folha.

Thiago Wild recebe seu primeiro troféu como profissional, em Antalya
Thiago Wild recebe seu primeiro troféu como profissional, em Antalya (Divulgação)

Para o ano que vem, Wild planeja disputar poucos torneios juvenis e acelerar a passagem para o tênis profissional, a chamada transição, que costuma ser um choque de realidade para muitos jogadores. Ele relata dois erros que já viu colegas cometerem e que não deseja repetir: “dar importância para torneio juvenil e subir no salto”.

“Profissional é completamente outro mundo. Rankings e torneios juvenis ajudam, dão um pouco de nome, de fama, mas não te dão futuro. Se a gente dá muita importância para eles, pensa que está bem e dá uma relaxada. Quando você pensa isso, você cai do salto, o salto quebra”, diz.

PACIÊNCIA

A inspiração do destro Wild, de 1,80 m, é o canhoto espanhol Rafael Nadal, mas ele vê seu estilo de jogo mais parecido com o do austríaco Dominic Thiem.

“Nunca fui muito paciente, muito calmo. Gosto mais de jogar atacando, com a minha direita e meu saque. Tenho uma boa devolução, mas gosto bastante de sacar”, afirma.

Para Arthur Rabelo, seu técnico desde 2014, a impaciência em quadra diminuiu nos últimos anos. “Ele era um menino que jogava com poucas bolas, querendo fazer as coisas rapidamente. A gente tinha que mostrar para ele que não precisava ser assim, que em alguns momentos, e só nesses, poderia fazer algumas coisas mais agressivas”, explica.

Rabelo enxerga no atleta um perfil batalhador, cujo gosto pelo treino e pelo trabalho supera o usual para a idade. O treinador também concorda que o pupilo cresce quando está sob pressão.

“Ele rende melhor quando está com a água batendo no pescoço. Quando as coisas estão muito tranquilas, ele tende a amolecer, agir com mais displicência. Quando sente que as coisas são mais difíceis, que tem que se manter mais intenso, ele consegue fazer melhor”, diz.

Após o challenger do Rio, Wild descansará por uma semana antes de iniciar a pré-temporada. Em janeiro, ele disputará o Aberto da Austrália. A meta, segundo o técnico, é que o atual número 637 do ranking da ATP encerre 2018 entre os 250 melhores tenistas do mundo.

Thiago Wild treina em Santa Croce, na Itália, onde conquistou importante título juvenil
Thiago Wild treina em Santa Croce Sull’Arno, na Itália, onde conquistou importante título juvenil (Divulgação)
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Torneio de jovens em Milão testa um novo jeito de jogar tênis https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/07/torneio-de-jovens-em-milao-testa-um-novo-jeito-de-jogar-tenis/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/07/torneio-de-jovens-em-milao-testa-um-novo-jeito-de-jogar-tenis/#respond Tue, 07 Nov 2017 12:50:08 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/atpfinals-180x101.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=840 O Next Gen ATP Finals, torneio que reúne os melhores tenistas da temporada com 21 anos ou menos, começa nesta terça (7) em Milão e vai até sábado (11). Inédito no calendário, o evento testará novas regras e poderá ser visto no canal Bandsports e no serviço de streaming da Amazon Prime Video, a partir das 11h.

As mudanças mexem em vários aspectos do jogo, e algumas prometem ser polêmicas. Apesar de não haver previsão se e quando a ATP as adotará no circuito, há claro interesse da entidade em chacoalhar o esporte e supostamente torná-lo mais atrativo para as transmissões de TV e para uma audiência mais jovem.

Faz sentido testar as novas regras em um evento como esse, que premia em dinheiro, mas não dá pontos no ranking. Faz ainda mais sentido testá-las entre aqueles que provavelmente estarão entre os melhores tenistas do circuito nos próximos anos. Se serão boas ou ruins, só será possível saber após vê-las na prática.

Conheça as principais mudanças para o torneio, que será disputado em uma quadra sem marcação para o jogo de duplas:

Sets e games

As partidas são disputados em melhor de cinco sets. Ganha cada um deles quem fizer quatro games. Placar de 3 a 3 leva a decisão da parcial para o tie-break. Segundo a ATP, isso proporciona mais momentos cruciais, sem alterar o número mínimo de games necessários para vencer o jogo (12). Também deixa de existir vantagem no 40-40. Quem saca escolhe o lado para iniciar o “ponto da morte”.

Marcações

Sem juízes de linha, um sistema de “hawk-eye” ao vivo é o responsável por acusar bolas fora. Assim, o juiz de cadeira torna-se o único árbitro em quadra. No saque, se a bola bater na fita e cair dentro do retângulo de serviço, o ponto seguirá normalmente.

Controle de tempo

Um relógio em quadra controla os cinco minutos para o aquecimento inicial dos jogadores e o tempo máximo de 25 segundos entre os pontos, além do tempo médico (limitado a uma pausa de três minutos para cada jogador).

Conversa e movimentação

Os treinadores estão autorizados a se comunicar com os jogadores entre os sets, por meio de fones de ouvido. O público pode se movimentar livremente durante o jogo, com exceção de quem estiver imediatamente atrás dos atletas.

Além das mudanças, vale a pena ficar de olho no inédito torneio pela expectativa de bons confrontos entre a tão falada nova geração de tenistas.

Os russos Andrey Rublev, Karen Khachanov e Daniil Medvedev, o canadense Denis Shapovalov, o americano Jared Donaldson, o croata Borna Coric e o coreano Hyeon Chung, além do italiano Gianluigi Quinzi (que venceu um qualificatório local), são os participantes. Eles se enfrentam em dois grupos, e os dois melhores avançam às semifinais.

A única ausência é a do alemão Alexander Zverev, que somou mais pontos que Rublev, Khachanov, Shapovalov e Coric juntos e está classificado para o ATP Finals, em Londres. Por isso, desistiu de jogar o torneio sub-21 e deixou a disputa pelo título imprevisível.

Sexismo

O sorteio dos grupos, na noite de domingo (5), foi o ponto negativo da competição até agora. As chaves dos jogadores eram reveladas por modelos. Uma delas levantou parte do vestido e outra tirou uma peça de roupa para mostrar as letras correspondentes aos grupos. A ideia sem noção, que teria o objetivo de valorizar a indústria da moda de Milão, gerou protestos de Billie Jean King, Amélie Mauresmo e Judy Murray em redes sociais. A ATP assumiu o erro e se desculpou.

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Jovens tenistas russos se destacam, e país leva vantagem em ‘Guerra Fria’ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/07/28/jovens-tenistas-russos-se-destacam-e-pais-leva-vantagem-em-guerra-fria/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/07/28/jovens-tenistas-russos-se-destacam-e-pais-leva-vantagem-em-guerra-fria/#respond Fri, 28 Jul 2017 16:59:32 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/RUBLEV-SLAVKOMIDZOR_XINHUA-180x113.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=632 Após o tênis masculino da Rússia passar por período de entressafra, o país começa a comemorar os resultados de uma nova geração. Hoje, dos cinco melhores jogadores com menos de 21 anos, três têm a mesma nacionalidade de Marat Safin e Yevgeny Kafelnikov.

No ranking “sub-21”, que classifica sete jovens atletas para torneio em Milão no fim da temporada, o líder isolado é o alemão Alexander Zverev, 20, com 2.710 pontos. Na sequência vêm os russos Karen Khachanov (810) e Andrey Rublev (714). Outro representante do país, Daniil Medvedev é o quinto (607).

Os altos Khachanov, 32º no ranking principal da ATP, e Medvedev, 48º, têm 21 anos e a mesma altura, 1,98 m. Ambos ocupam atualmente a melhor posição de suas carreiras.

Karen Khachanov comemora ponto na partida contra Rafael Nadal em Wimbledon
Karen Khachanov comemora ponto na partida contra Rafael Nadal em Wimbledon (Glyn Kirk – 7.jul.2017/AFP)

O primeiro título de Khachanov veio no ano passado. Nos últimos dois Grand Slams, ele parou nas oitavas de Roland Garros, contra Andy Murray, e na terceira rodada de Wimbledon, diante de Rafael Nadal.

Medvedev ainda não tem títulos, mas aos poucos mostra suas credenciais —e seu pavio curto. No Slam britânico, ele eliminou Stan Wawrinka na primeira rodada. Na partida seguinte, porém, perdeu para o belga Ruben Bemelmans e acabou multado por atirar moedas em frente à cadeira da árbitra Mariana Alves.

Daniil Medvedev comemora vitória contra Stan Wawrinka em Wimbledon
Daniil Medvedev comemora vitória contra Stan Wawrinka em Wimbledon (Andrew Couldridge 3.jul.2017/Reuters)

Nas últimas semanas, quem mais chamou a atenção foi Rublev (na foto do alto da página). O tenista de 19 anos conquistou seu primeiro troféu em simples no último domingo, em Umag (Croácia). Em pouco mais de um mês, ele pulou do 106º lugar para o 49º e fez crescer a expectativa que existe sobre sua carreira desde os tempos de juvenil.

‘GUERRA FRIA’

Entre os cem melhores tenistas com menos de 21 anos, 11 são americanos. Atualmente, nenhuma nação supera a safra dos EUA em quantidade (a França vem em segundo, com 10, e a Espanha em terceiro, com 9), mas por enquanto suas principais promessas não emplacaram.

Se a corrida para Milão terminasse hoje, Frances Tiafoe, em sétimo lugar, seria o único americano classificado. Perto dele estão os compatriotas Jared Donaldson e Ernesto Escobedo.

A transição do juvenil para o profissional costuma ser um momento complexo na carreira do atleta. Nada garante que a vantagem russa sobre os EUA será mantida nos próximos anos, mas neste momento da “Guerra Fria” a vantagem é de Moscou.

Corrida para Milão*

1º Alexander Zverev – ALE – 20 anos – 2.710 pontos
2º Karen Khachanov – RUS – 21 anos – 810 pontos
3º Andrey Rublev – RUS – 19 anos – 714 pontos
4º Borna Coric – CRO – 20 anos – 686 pontos
5º Daniil Medvedev RUS – 21 anos – 607 pontos
6º Hyeon Chung – COR – 21 anos – 505 pontos
7º Frances Tiafoe – EUA – 19 anos – 452 pontos

*Os sete tenistas mais bem rankeados se classificam. A oitava vaga será definida por convite e destinada a um italiano.

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