Primeiro Serviço https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br Histórias, análises e pitacos sobre tênis Wed, 16 Jan 2019 14:14:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Campeão juvenil, Wild afirma que amadureceu cedo para tênis profissional https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/09/10/campeao-juvenil-wild-afirma-que-amadureceu-cedo-para-tenis-profissional/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/09/10/campeao-juvenil-wild-afirma-que-amadureceu-cedo-para-tenis-profissional/#respond Mon, 10 Sep 2018 22:17:48 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/wild-320x213.jpg https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=1456 O brasileiro Thiago Seyboth Wild, 18, campeão juvenil do Aberto dos EUA no domingo (9), considera estar bem preparado para um momento definidor na carreira dos tenistas: a transição para o circuito profissional.

A confiança, porém, possui pouca relação com o fato de o paranaense de Marechal Cândido Rondon ter sido o segundo atleta do país a conquistar um Grand Slam como juvenil.

Para Wild, o troféu obtido em Nova York tem um papel importante na sua trajetória e representa a realização de um sonho, mas não definirá um caminho mais fácil ou difícil na elite do tênis mundial.

“A cabeça de um jogador juvenil não tem que estar preparada para querer ganhar todos os torneios. Tem que estar preparada para lidar bem com momentos bons e ruins”, diz em entrevista à Folha.

Ele afirma que a maturidade necessária no período de transição foi adquirida ainda no juvenil. “Acho que eu consegui boa parte dela, até mais cedo do que alguns jogadores”.

Nos últimos anos, há exemplos bem-sucedidos e malsucedidos de tenistas que saíram do último estágio antes do profissional como promessas.

O alemão Alexander Zverev, campeão do Aberto da Austrália juvenil em 2014, está no primeiro grupo. Ele já ocupou o posto de terceiro melhor do mundo e, aos 21 anos, tem três troféus de torneios Masters 1.000.

Mas há casos também como o do primeiro brasileiro a triunfar em um Slam juvenil, o alagoano Tiago Fernandes. Vencedor na Austrália em 2010, ele abandonou o tênis quatro anos depois, após resultados frustrantes no início da carreira profissional.

Com bom saque e estilo agressivo, Wild acredita que seu jogo está em bom nível para a próxima etapa da carreira.

“Não tenho muito mais golpes ou potência para acrescentar, é mais afinar, deixar os detalhes cada vez mais cristalinos. A principal diferença é a intensidade que o jogo [profissional] pede”, diz.

Este é seu último ano como juvenil, mas ele já compete com frequência em torneios profissionais e conquistou dois títulos de nível future, o mais baixo entre os adultos.

Seu jogo mais relevante na elite até o momento foi em fevereiro, quando recebeu convite e disputou o Aberto do Brasil, torneio de nível ATP. Na ocasião, ele sentiu a diferença de preparo físico e perdeu na primeira rodada para o veterano argentino Carlos Berlocq, 35.

Arthur Rabelo, técnico de Wild na academia Tennis Route, no Rio de Janeiro, diz que o troféu nos EUA deve trazer boas oportunidades para o atleta, como mais convites para torneios e apoio financeiro.

Sobre o jogo do paranaense, ele afirma que uma lacuna a ser trabalhada é a forma de definição dos pontos. Como Wild cria muitos espaços em quadra com seus golpes, poderia subir mais à rede e usar voleios. “Nem sempre depender da bola salvadora, da pancada incrível”, explica.

Além da agressividade em quadra, chama a atenção de quem acompanha os jogos do tenista a sua atitude. Ele costuma vibrar de forma efusiva e faz questão de se mostrar sempre confiante, como o ídolo Rafael Nadal.

A possibilidade de por esse motivo ser considerado arrogante pelo público não parece preocupá-lo neste momento.

“Algumas pessoas podem olhar para mim e pensar que eu faço isso porque quero me mostrar melhor, mas outras vão olhar da maneira que eu quero que elas olhem. Eu me sinto confiante, não quero diminuir outras pessoas para parecer maior”, afirma.

O comportamento em quadra também faz parte das conversas entre técnico e jogador. “O sujeito tem que ter alguma autoconfiança. Se hesitar, muito dificilmente vai acertar com a intensidade que precisa. Só não pode viajar na maionese achando que é mais do que já é. Vamos ficar com os pés no chão”, diz Rabelo.

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Rogerinho sai de Roland Garros aplaudido por público e Djokovic https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/05/28/rogerinho-sai-de-roland-garros-aplaudido-por-publico-e-djokovic/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/05/28/rogerinho-sai-de-roland-garros-aplaudido-por-publico-e-djokovic/#respond Mon, 28 May 2018 14:40:26 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/rogerinho-320x213.jpeg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=1172 Apesar da queda diante de Novak Djokovic na primeira rodada de Roland Garros (6/3, 6/4, 6/4), Rogerinho tem motivos para ficar orgulhoso do seu desempenho em Paris.

O tenista brasileiro de 34 anos vendeu caro a derrota desde o início da partida, quando quebrou o saque do sérvio logo no primeiro game, até o fim do confronto. Ele manteve o jogo equilibrado e conseguiu sair de situações adversas no placar, mas acabou superado nos momentos decisivos dos sets, em que o ex-número um do mundo se impôs.

Além disso, Rogerinho fez bolas vencedoras que levantaram a torcida e mostrou a disposição de sempre para lutar pelos pontos que pareciam perdidos, conquistando o apoio do público presente na quadra Philippe Chatrier.

Ao fim do jogo, Djokovic, que havia aderido aos aplausos do público após um incrível backhand na paralela de Rogerinho, elogiou o desempenho do oponente. “Joguei contra um especialista em saibro, que jogou com muita energia. Ele foi um grande lutador, então não foi fácil”, afirmou. O site de Roland Garros definiu o jogo como um “embate divertido” e afirmou que a partida teve momentos deliciosos.

Para o atual número 134 do ranking, que faz uma temporada irregular e teve que disputar o qualifying para entrar na chave principal de Roland Garros, o saldo da campanha em Paris pode ser visto como positivo e dar ânimo para a sequência do ano.

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Derrotas de Bellucci e da atual campeã marcam primeiro dia de Roland Garros https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/05/27/derrotas-de-bellucci-e-da-atual-campea-marcam-primeiro-dia-de-roland-garros/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/05/27/derrotas-de-bellucci-e-da-atual-campea-marcam-primeiro-dia-de-roland-garros/#respond Sun, 27 May 2018 20:02:52 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/ostapenko-320x213.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=1162 Roland Garros começou neste domingo (27) com surpresas na chave feminina e a eliminação de Thomaz Bellucci, um dos dois brasileiros na chave masculina de simples. O outro é Rogerinho, que estreia nesta segunda (28), por volta das 7h30, contra Novak Djokovic. O canal Bandsports transmite.

O resultado mais inesperado foi a queda da atual campeã, a letã Jelena Ostapenko, diante da ucraniana Kateryna Kozlova, por 2 sets a 0 (7/5, 6/3). Ostapenko cometeu 48 erros não forçados e 13 duplas faltas. A agressividade desmedida num dia em que as bolas não entraram custarão uma queda significativa no ranking.

“Joguei 20% do que eu posso”, resumiu a letã de 20 anos, que em 2017 surpreendeu ao chegar ao título em Paris.

O quadrante onde Ostapenko era a principal favorita também viu a queda de mais duas cabeças de chave. Venus Williams (cabeça 9) perdeu para a chinesa Qiang Wang, número 85 do ranking. A britânica Johanna Konta (cabeça 22) caiu diante de Yulia Putintseva, 98 do mundo.

A única favorita sobrevivente nessa parte da chave, que conta com a ex-número um do mundo Victoria Azarenka, é a tcheca Barbora Strycova (cabeça 26). A bielorrussa poderá chegar às quartas de final enfrentando só uma das favoritas.

Bellucci cai para argentino na estreia

O brasileiro perdeu para o argentino Federico Delbonis por 3 sets a 1 (6/1, 6/3, 3/6 e 6/1), em duas horas e 11 minutos de partida. Após começar o jogo em ritmo lento, Bellucci equilibrou as ações, venceu a terceira parcial e teve chances de quebrar o saque do adversário no início do quarto set. Desperdiçou uma delas com um slice mal escolhido e executado.

Bellucci faz uma temporada muito abaixo do esperado e atualmente é o 269 do mundo. Sua sequência de três vitórias no qualifying foi a primeira desde fevereiro e pelo menos garantiu a ele 35 pontos dos 45 que tinha a defender por ter vencido na primeira rodada do ano passado, impedindo assim uma queda ainda maior no ranking.

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Com tenistas em baixa, Brasil corre riscos diante da Colômbia na Copa Davis https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/04/05/com-tenistas-em-baixa-brasil-corre-riscos-diante-da-colombia-na-copa-davis/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/04/05/com-tenistas-em-baixa-brasil-corre-riscos-diante-da-colombia-na-copa-davis/#respond Thu, 05 Apr 2018 18:00:43 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/monteiro-320x213.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=1091 No confronto Brasil x Colômbia, que dará ao vencedor a chance de disputar uma vaga no grupo mundial da próxima Copa Davis, retrospecto (8 a 0 para os brasileiros) e posição dos tenistas no ranking mundial dizem pouco sobre o que pode acontecer dentro de quadra.

Os jogos serão disputados sexta (6) e sábado (7), na cidade colombiana de Barranquilla, sobre o piso duro e descoberto. Bandsports e SporTV anunciaram transmissão para os dois dias a partir das 17h (veja abaixo a ordem dos jogos). No SporTV, a partida de duplas, no sábado, será transmitida pela internet.

A equipe brasileira será formada por Thiago Monteiro (125º do ranking), Guilherme Clezar (234º), João Pedro Sorgi (359º), além dos duplistas Marcelo Melo e Marcelo Demoliner. Assim como no confronto anterior, contra a República Dominicana, Thomaz Bellucci, Rogerinho e Bruno Soares são desfalques.

O time colombiano terá Daniel Galán (257º), Santiago Giraldo (290º), Alejandro Gonzalez (305º) e os duplistas Juan-Sebastian Cabal e Robert Farah.

Se os resultados dos adversários nos jogos de simples não assustam, o momento dos brasileiros tampouco inspira confiança. Monteiro, número um do país na ausência de Rogerinho, vem de seis derrotas consecutivas. A sequência negativa começou após uma boa campanha em Quito, quando fez semifinal.

Clezar, 25 anos, e Sorgi, 24, possuem pouca experiência e resultados empolgantes, em que a pese a vitória heroica de Sorgi no ponto decisivo diante dos dominicanos.

Do outro lado, o experiente Giraldo, de 30 anos, já foi número 28 do mundo. Ele volta após meses afastado por lesão. Galán, 21 anos, ainda não possui resultados expressivos como profissional. Na semana passada, porém, venceu em sets diretos Thomaz Bellucci em um torneio challenger mexicano.

Nas duplas, que muitas vezes é um ponto quase garantido para o Brasil, a Colômbia desta vez leva vantagem —ao menos em tese. Cabal e Farah jogam juntos no circuito e formam a terceira melhor parceria do ano. Melo e Demoliner, além de não atuarem lado a lado regularmente, não fazem uma grande temporada até aqui.

O mineiro mantém a posição de número um no ranking, mas forma com o polonês Lukasz Kubot apenas a nona melhor parceria de 2018. O gaúcho, sem parceiro fixo, é o 55º colocado no ranking.

As expectativas são de um confronto aberto, com boas chances de decisão no quinto —e sempre sofrido— jogo. Placar de 3 a 0 para qualquer um dos lados me deixaria surpreso.

Sexta (6)

17h
Santiago Giraldo x Thiago Monteiro
Daniel Galán x Guilherme Clezar

Sábado (7)

17h
Juan-Sebastian Cabal e Robert Farah x Marcelo Melo e Marcelo Demoliner
Daniel Galán x Thiago Monteiro
Santiago Giraldo x Guilherme Clezar

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Técnico brasileiro vai guiar recomeço de Orlandinho e Teliana na Espanha https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/04/tecnico-brasileiro-vai-guiar-recomeco-de-orlandinho-e-teliana-na-espanha/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/04/tecnico-brasileiro-vai-guiar-recomeco-de-orlandinho-e-teliana-na-espanha/#respond Thu, 04 Jan 2018 11:59:57 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/btt-180x135.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=897 O técnico brasileiro Leo Azevedo, 41, terá a missão de guiar três compatriotas que buscam novos ares no esporte. Por meio de uma parceria da confederação brasileira com a academia BTT (Barcelona Total Tennis), ele será o responsável pelo desenvolvimento dos jovens Orlando Luz e Felipe Meligeni, ambos de 19 anos. Também conduzirá a pré-temporada de Teliana Pereira, que não atua em competições desde junho de 2017.

Um dos coordenadores técnicos da BTT, Azevedo esteve por oito anos na USTA (Associação de Tênis dos EUA). De 2003 a 2006, ele já havia trabalhado na Espanha, na academia de Juan Carlos Ferrero. No Brasil, foi técnico de Ricardo Mello, Flávio Saretta e Thomaz Bellucci.

Em entrevista à Folha, Azevedo fala sobre as necessidades de cada um dos novos pupilos e as diferenças de cultura das escolas americana e espanhola. Também conta que tenta passar sua paixão por literatura para os atletas e como foi conviver com o ex-tenista Ivan Lendl na USTA.

Leo Azevedo com alunos do projeto Ícaro
Leo Azevedo com alunos do projeto Ícaro (Arquivo pessoal)

Como surgiu a parceria com a CBT e de que forma vai funcionar a ida dos atletas para a Espanha?

Eu comecei a conversar com eles [CBT] em julho, eles estavam buscando um lugar na Espanha para ter como base. Acho que o fato de eu ser brasileiro ajudou a fazer esse meio de campo, mas eu não me meti na escolha dos jogadores. A CBT me perguntou sobre eles, e eu eu falei que, se tivesse a possibilidade, ficaria encantado de ajudá-los. A Teliana foi diferente. O empresário dela me procurou antes disso. Ela queria fazer pré-temporada na Europa neste ano e calhou de eu estar lá. Depois da pré-temporada a gente vai ver o que acontece.

O Orlandinho e o Felipe estão indo por um período de tempo determinado?

Não, estão indo para ficar. Eu vou estar com eles 95% do tempo, sou responsável por eles. Em algumas semanas talvez tenham que viajar com outro treinador, mas 95% dos dias de treino e das viagens vão ser comigo.

Vocês já planejaram o calendário do começo do ano?

Não vai ter muita opção diferente do que jogar em quadra rápida na Europa, porque não tem nada de saibro. Possivelmente a gente vai começar na Turquia.

O contrato da CBT é diretamente com você ou com a academia?

Com a academia. Eu fiz a intermediação, mas eles vão pagar a academia.

[A CBT informa que o acordo entre as partes —com confidencialidade— “contempla um desconto considerável para cinco atletas brasileiros em transição (2 fixos e 3 volantes) treinarem na academia, com cerca de 80% dos custos pagos pela CBT, incluindo neles alimentação, hospedagem e treinamento. Os critérios para a escolha dos nomes, segundo a entidade,  “são vinculados ao projeto de transição da CBT, priorizando os atletas em transição que já participam do mesmo e com o aval da academia”.]

Orlando Luz, o Orlandinho (DGW Comunicação)
Orlando Luz, o Orlandinho (DGW Comunicação)

O que você conhece sobre esses três jogadores e o que eles precisam de imediato?

Vamos começar com a Teliana, ladies first. Faz muito tempo que eu não a vejo jogar. O que eu vi: é guerreira, carne de pescoço, dá muito pouco ponto de graça. Sempre foi muito forte fisicamente, aguentou jogos longos. Ela tem que tentar, sem perder a essência, jogar um pouquinho mais agressiva. Mas isso eu vejo de fora, quando começar a trabalhar a gente vai ver quão confortável ela estará para fazer esses ajustes. Quando conversei com ela achei sensacional, estava com um brilho no olho incrível, querendo muito voltar. Ela não vai jogar saque e voleio, mas vou tentar que imponha o jogo um pouco mais.

O Orlandinho já mostrou que pode jogar bem, em algum momento ele vai voltar. É um cara com uma boa direita, tem uma leitura de jogo boa, disciplina tática. Sempre achei que é um jogador muito voltado para o saibro, e no tênis hoje não existem mais especialistas, menos ainda no saibro. De repente ele pode sacar um pouco mais agressivo, talvez consiga chegar mais à rede, saber devolver entrando. Acho importante dar armas para o jogador. Ele teve um ano difícil, não ganhou muito. Tem a parte mental de entender que foi número um do mundo juvenil, que tem jogo para estar lá na frente, mas não está.

O que eu conheço do Felipe: a bola dele anda. É uma característica difícil de ensinar. Vejo que ele é explosivo, talvez falte um pouco de ordem tática. Precisa entender o que fazer com o que ele tem, o que vem com a maturidade. Gosto muito de ordenar taticamente o jogador. Tanto ele como o Orlandinho podem crescer fisicamente. E mentalmente entender que saem de um processo em que se ganha muito mais para um em que se perde muito mais.

Eu gosto que os jogadores se vejam jogando no auge. Pedi para os três me mandarem o vídeo de um jogo quando estavam no top e me falarem o que faziam bem ali. Às vezes eles não lembram.

É como se eles fossem atrás de você com um pedido de ajuda?

Ajuda o fato de eu estar em Barcelona agora. É um fator de mudança para eles. Ter a chance de passar alguns anos na Espanha é enriquecedor, tenisticamente e culturalmente. Acho que eles me veem como alguém que pode ajudá-los a passar por essa transição, por essa tormenta, sem perder muito o rumo.

Para você também é uma motivação pessoal?

Por eu ser brasileiro existem algumas vantagens muito importantes. Bem ou não, um americano vai motivar melhor outro americano. Por melhor que alguém fale inglês, tem a barreira da língua, de como falar. Isso me motiva a fazer um bom trabalho com um brasileiro dez anos depois da última vez que trabalhei com alguém do país.

Felipe Meligeni em encontro da confederação em Florianópolis (Rafael Coelho/CBT)
Felipe Meligeni em encontro da confederação em Florianópolis
(Rafael Coelho/CBT)

Como você trabalha a formação cultural e pessoal do jogador?

Sempre achei que, quanto mais informado, maiores as chances de ser um bom jogador. Um cara que tem uma boa leitura de coisas que acontecem fora da quadra talvez tenha também dentro dela. Hoje é importante você saber falar, se relacionar com as pessoas. Às vezes você está em uma coletiva de imprensa e não sabe o que vai vir.

Tenho uma história gratificante de quando eu treinei as meninas [nos EUA] em 2011 e 2012. O grupo era a Claire Liu, a Kayla Day e a CiCi Bellis. Eu falei que no clube, em dia de jogo, não queria que elas usassem o telefone. Mas não queria que fosse algo mandatório, que eu pegasse o telefone delas, porque essa não seria a melhor forma de educar.

Propus que, quando a gente fosse para torneios, eu passaria em uma livraria e daria um livro para cada uma. E que, pelo menos em dia de jogo, elas teriam que passar a maior parte do tempo lendo em vez de ficar no telefone. A cada vez que elas acabassem de ler um, eu compraria outro, do meu dinheiro.

A maioria foi bem. E quando eu terminei de treinar a Claire, que foi com quem eu fiquei por mais tempo [cinco anos], a mãe dela disse: muito obrigada pelos torneios juvenis que ela ganhou, pelo primeiro ponto profissional, mas você não sabe a gratidão que eu tenho por ter implementado o gosto da leitura para ela.

Tem um livro muito antigo da rivalidade entre Chris Evert e Martina Navratilova. Eu comprei e dei para o treinador dela. Falei que quando ela assinasse o contrato de profissional [o que fez no ano passado], ele daria o livro para ela. Fiz uma dedicatória: “espero que no final da sua vida profissional você possa escrever um livro de uma grande rivalidade com outra grande campeã”.

Se você tivesse nas mãos um bad boy como o Nick Kyrgios, o que falaria para ele?

Acho que ele precisa entender que, se por alguns anos fizer algumas coisas que não quer, por muitos anos vai poder fazer tudo o que quer.

Claire Liu comemora vitória no qualificatório do Aberto dos EUA-2017 (Wang Ying/Xinhua)
Claire Liu comemora vitória no qualificatório do Aberto dos EUA-2017 (Wang Ying/Xinhua)

Quais as diferenças de cultura entre as escolas americana e espanhola?

Tem muito mais quadras rápidas nos EUA do que na Espanha. Na Califórnia, a quadra é gelo, não tem troca de bola. Se o moleque é mais forte, saca bem, a bola não volta. Isso não ajuda muito na formação tática. No profissional, mesmo a quadra rápida demanda mais golpes. Nos EUA acho que não tem 30 quadras do saibro verdadeiro.

O americano é muito técnico, pega o carrinho de bola e faz várias repetições. Mostra que a cabeça da raquete é 15 graus mais para cá ou para lá. Na Espanha tem mais movimento desde o começo, por isso que os espanhóis se mexem bem. Você vai ver torneio de 12 anos e o jogador já está batendo de direita em ¾ da quadra.

Mas está mudando. O [José] Higueras [ex-jogador e treinador espanhol que trabalha na USTA] está tentando usar o bom do americano, que é a mentalidade sacadora e da quadra rápida, somado ao fator espanhol de ordem tática e preparação de pontos.

Como foi conviver com o Ivan Lendl na USTA? Você costuma dizer que ele não é a pessoa fechada que aparenta ser.

Para ser justo preciso falar antes do Higueras, que me levou para lá. Ele é o cara com quem eu mais aprendi tênis até hoje, para mim é um gênio como pessoa. Ele ensina tanto sobre valores, ética, e vê o tênis de uma maneira tão simples. É como um segundo pai, e foi por causa dele que conheci o Lendl.

Quando apliquei para obter o green card eu precisava de cartas. Tinha um contato superficial com o Lendl, mas sabia que uma carta dele seria legal. Pedi para o Jay Berger, técnico dos homens, levar a carta para ele ler e assinar. Ele me disse que o Lendl nem leu, só assinou. Mais tarde, quando voltou para a USTA para trabalhar com os homens, o Lendl disse que aceitava, mas que me queria no grupo.

Aí passamos a conviver mais. Ele é completamente o contrário da imagem que passa. Super bem humorado, de uma humildade, ele tratava os meninos igual ou melhor que tratava o Murray [de quem foi treinador]. Tive muita sorte de trabalhar com ele e com o Higueras. Só o fato de ter estado com eles fez os oito anos nos EUA valerem a pena.

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Promessa do tênis brasileiro, Thiago Wild gosta de pressão e foge do ‘salto alto’ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/21/promessa-do-tenis-brasileiro-thiago-wild-gosta-de-pressao-e-foge-do-salto-alto/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/21/promessa-do-tenis-brasileiro-thiago-wild-gosta-de-pressao-e-foge-do-salto-alto/#respond Tue, 21 Nov 2017 14:31:07 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/thiagowildantalya17gd-180x135.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=850 Aos 17 anos, o paranaense Thiago Wild está próximo de contrariar os conselhos maternos e tornar-se um tenista profissional. Apesar de ainda ter uma temporada em que pode jogar como juvenil, ele já ostenta bons resultados entre os adultos.

Neste mês, o adolescente conquistou seu primeiro título de um torneio da categoria future, na Turquia, e recebeu convite para a chave principal do challenger do Rio de Janeiro. Ele deve estrear nesta quarta (22), contra o chileno Nicolás Jarry, 22.

Wild, apontado como o principal tenista juvenil do país, é um dos três atletas nascidos nos anos 2000 a ter conquistado um troféu profissional. Os outros dois, ambos de 17 anos, são o canadense Felix Auger-Aliassime e o espanhol Nicola Khun, duas das maiores promessas do tênis mundial.

Nascido em Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná, Wild mudou-se para o Rio de Janeiro em 2014, após se destacar em torneios sul-americanos. Ele treina na academia Tennis Route, mesmo local de nomes como Bia Haddad, Thiago Monteiro e Marcelo Demoliner e onde também trabalha seu pai, o ex-tenista Claudio Ricardo Wild.

A mãe, Gisela, é ortodontista. O jovem conta que ela o incentivava a ter uma “vida normal” e estudar para fazer faculdade, preferencialmente de medicina. Do pai, que o treinou anteriormente, ele ouvia: “escuta sua mãe e vamos ver no que dá”.

Até agora, o início promissor vem dando razão à persistência do atleta. Wild sabe que a expectativa sobre sua carreira é grande e não encara a pressão de forma negativa.

“Desde pequeno, eu sempre gostei dessa pressão que colocam em mim, sempre gostei de jogar assim. Com certeza as pessoas esperam bastante, mas não escuto muito o que as pessoas de fora da minha equipe falam”, afirma em entrevista à Folha.

Thiago Wild recebe seu primeiro troféu como profissional, em Antalya
Thiago Wild recebe seu primeiro troféu como profissional, em Antalya (Divulgação)

Para o ano que vem, Wild planeja disputar poucos torneios juvenis e acelerar a passagem para o tênis profissional, a chamada transição, que costuma ser um choque de realidade para muitos jogadores. Ele relata dois erros que já viu colegas cometerem e que não deseja repetir: “dar importância para torneio juvenil e subir no salto”.

“Profissional é completamente outro mundo. Rankings e torneios juvenis ajudam, dão um pouco de nome, de fama, mas não te dão futuro. Se a gente dá muita importância para eles, pensa que está bem e dá uma relaxada. Quando você pensa isso, você cai do salto, o salto quebra”, diz.

PACIÊNCIA

A inspiração do destro Wild, de 1,80 m, é o canhoto espanhol Rafael Nadal, mas ele vê seu estilo de jogo mais parecido com o do austríaco Dominic Thiem.

“Nunca fui muito paciente, muito calmo. Gosto mais de jogar atacando, com a minha direita e meu saque. Tenho uma boa devolução, mas gosto bastante de sacar”, afirma.

Para Arthur Rabelo, seu técnico desde 2014, a impaciência em quadra diminuiu nos últimos anos. “Ele era um menino que jogava com poucas bolas, querendo fazer as coisas rapidamente. A gente tinha que mostrar para ele que não precisava ser assim, que em alguns momentos, e só nesses, poderia fazer algumas coisas mais agressivas”, explica.

Rabelo enxerga no atleta um perfil batalhador, cujo gosto pelo treino e pelo trabalho supera o usual para a idade. O treinador também concorda que o pupilo cresce quando está sob pressão.

“Ele rende melhor quando está com a água batendo no pescoço. Quando as coisas estão muito tranquilas, ele tende a amolecer, agir com mais displicência. Quando sente que as coisas são mais difíceis, que tem que se manter mais intenso, ele consegue fazer melhor”, diz.

Após o challenger do Rio, Wild descansará por uma semana antes de iniciar a pré-temporada. Em janeiro, ele disputará o Aberto da Austrália. A meta, segundo o técnico, é que o atual número 637 do ranking da ATP encerre 2018 entre os 250 melhores tenistas do mundo.

Thiago Wild treina em Santa Croce, na Itália, onde conquistou importante título juvenil
Thiago Wild treina em Santa Croce Sull’Arno, na Itália, onde conquistou importante título juvenil (Divulgação)
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Após melhor temporada, Bia Haddad busca mais espaço para o tênis feminino no Brasil https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/04/apos-melhor-temporada-bia-haddad-busca-mais-espaco-para-o-tenis-feminino-no-brasil/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/11/04/apos-melhor-temporada-bia-haddad-busca-mais-espaco-para-o-tenis-feminino-no-brasil/#respond Sat, 04 Nov 2017 02:01:10 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/biahaddad-180x120.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=836 Em férias no Brasil, a paulista Bia Haddad, 21, colhe os frutos da melhor temporada da carreira. Pedidos de foto e palavras de incentivo tornaram-se mais comuns após ela entrar no top 100 (hoje é a 61ª do ranking) e jogar seus três primeiros Grand Slams.

A reviravolta parecia improvável para quem começou o ano na 173ª posição do ranking da WTA e com lesões em três vértebras, depois de sofrer uma queda em casa.

Recuperada, Bia ascendeu gradualmente. Conquistou títulos de torneios menores e obteve vitórias marcantes, como diante da australiana Samantha Stosur (ex-número 4 do mundo) e na primeira rodada de Wimbledon. Em setembro, foi vice-campeã do Torneio de Seul, seu resultado mais relevante até agora.

A canhota também enfrentou tenistas que estão entre as melhores do circuito: Venus Williams, Garbiñe Muguruza, Jelena Ostapenko e a líder do ranking, Simona Halep.

Até pouco tempo atrás, encarar rivais desse nível estava distante da sua realidade.

Tanto que ela diz ter ficado “super ansiosa” quando jogou contra a americana de 37 anos: “Era a Venus, acho que quando eu nasci ela já estava ganhando Grand Slam.”

Além das irmãs Williams, a jovem brasileira cresceu admirando Maria Sharapova, 30, que voltou às quadras no meio do ano após cumprir suspensão por doping.

Em 2009, quando a russa esteve em São Paulo para uma exibição, Bia escapou do colégio para tirar foto com ela. Hoje, as duas disputam posições no ranking.

De tiete, Bia passou a ser tietada pelos fãs em clubes e aviões. “É muito legal ser reconhecida. Desde criança sempre respirei tênis. Minha vida sempre foi abrir mão de muita coisa para o tênis. Você ser reconhecida ou saber que está fazendo a diferença na vida de uma criança, isso não tem preço”, afirma.

A paulista hoje é a melhor tenista em simples do país, entre homens e mulheres, o que aumenta a visibilidade dos seus feitos. Mesmo assim, para ela a cultura do esporte no Brasil ainda está voltada para o circuito masculino.

“Este ano eu apareci bastante pelos meus resultados, mas meus jogos mais importantes não foram televisionados. Talvez isso pudesse fazer a diferença”, diz.

Um dos seus sonhos é mudar essa mentalidade a longo prazo. “Quem sabe as coisas possam melhorar se eu conseguir chegar mais ao topo e criar mais oportunidades para brasileiro ver tênis feminino? A TV abre muito a cabeça”, afirma.

Temporada 2018

A tenista iniciará a preparação para a próxima temporada na segunda (6), no Rio. No fim do ano, embarcará para a Austrália, onde jogará os primeiros torneios da temporada. Para continuar a escalada na carreira, ela aposta na capacidade de se adequar a superfícies diferentes.

“No saibro consigo ser mais sólida, ter mais tempo para montar meu jogo, estou mais acostumada. Na grama, eu saco bem, sou grande, então dá para eu me adaptar”, afirma a atleta de 1,85 m.
Ao lado do técnico argentino German Gaich, ela trabalha para ter mais equilíbrio e cautela quando necessário, mas sem perder sua principal característica. “Meu jogo com certeza é buscar a agressividade. É desse jeito que eu quero chegar ao topo”, diz.

Outra adaptação que Bia se vê obrigada a fazer no dia a dia é comportamental. Ela, que admite “falar demais”, encontra no circuito um ambiente mais sisudo.

“As meninas não são muito de fazer amizade. Acho que algumas fazem isso para se proteger, estão mais concentradas. Mas você está o ano inteiro com elas, então não custa dar um bom dia, um sorriso, independentemente da profissão, do ranking. Isso é ser humano”, afirma.

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Capitão brasileiro da Copa Davis diz que houve desencontro com Rogerinho https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/09/02/capitao-brasileiro-da-copa-davis-diz-que-houve-desencontro-com-rogerinho/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/09/02/capitao-brasileiro-da-copa-davis-diz-que-houve-desencontro-com-rogerinho/#respond Sat, 02 Sep 2017 06:11:45 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/29660474266_5dedb0281b_z-180x120.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=736 João Zwetsch, capitão da equipe brasileira da Copa Davis, busca abafar o ruído causado pela decisão de não convocar inicialmente Rogerinho para o confronto contra o Japão, de 15 a 17 de setembro, na casa dos adversários.

Nesta sexta (1º), em nota divulgada por sua assessoria, o tenista afirmou que “teve que ir atrás do capitão para saber” se seria convocado e que, depois da negativa, preparou seu calendário até o fim da temporada. Esse motivo, de acordo com ele, motivou a recusa em substituir o lesionado Thomaz Bellucci.

Antes de embarcar de Nova York, onde esteve para acompanhar o Aberto dos EUA, Zwetsch concedeu entrevista à Folha por telefone. Abaixo estão as falas do capitão sobre o assunto e também sobre o momento de Bellucci, de quem foi técnico até junho.

Conversa

Um mês e meio, 50 dias antes, a gente começa a procurar o pessoal para falar sobre uma convocação ou eventualmente do porquê de uma não convocação. O Rogerinho sabe como funciona. Desta vez o que aconteceu foi que, no final de julho, ele me deu uma ligada porque estava querendo acertar o calendário dele. Foi muito mais uma questão de “timing”, de ele ter me ligado um pouquinho antes de eu ligar para ele. Acho que ele ficou um pouco chateado por não ter sido convocado e eu entendo, todo mundo quer jogar. Ele sempre foi um cara super dedicado.

Escolha

Quando falei com ele, disse claramente que a opção de levar o Thiago [Monteiro] foi muito pela quadra, pelo piso duro. Nesse piso, o Rogerinho nunca teve resultados muito expressivos, e o Thiago está vindo num ano de afirmação e é um jovem jogador. Uma das coisas que a gente procura sempre é apostar em alguma renovação da equipe. O Thiago é esse cara que está vindo com 23 anos e que tem muitos anos pela frente na Davis. Vejo que na quadra em que a gente vai jogar lá, os dois no mínimo se equivalem. Se o confronto fosse em quadra de saibro eu teria levado o Rogerinho. Ele está num ano melhor, apesar de estar jogando muitos challengers, e o Thiago muito mais torneios maiores que ele, o que também faz diferença.

Recusa

Ele está certo, está num momento em que tem que olhar as coisas dele, já se doou bastante para a equipe. Acho legal [a reação] da parte dos jogadores porque mostra que eles ainda têm vontade de jogar a Copa Davis, apesar de todos estarem aí há anos. Isso é ótimo, porque muitas vezes não é fácil sacrificar o calendário.

Chances

Com o Thomaz acho que nossas chances seriam maiores. Pelo ano que o Rogerinho vem tendo poderia ter uma chance um pouquinho melhor do que vai ter agora com o [Guilherme] Clezar. Vejo que a nossa chance maior seria se o Thomaz fosse jogar porque ele tem realmente condição de, num dia inspirado, jogar um tênis de altíssimo nível. Acho que todos os outros se equivalem. Não tem nenhum tipo de clima ruim. Está todo mundo tranquilo, o que importa agora é focar o confronto. Acho que ainda tem uma boa possibilidade. Com o [Kei] Nishikori não jogando, o confronto se nivela. Vamos ter as nossas chances em todos os jogos.

Bellucci

O Thomaz tem muito para dar ainda, para fazer enquanto jogador. Tomara que o André [Sá, jogador e técnico de Bellucci] consiga ao longo do tempo fazer o Thomaz retomar o rumo dele e colocar em prática o potencial que ele tem. Vamos esperar ele passar dessa fase, se recuperar fisicamente e voltar ao normal para ver o que acontece.

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Atrapalhada, convocação para Copa Davis gera tensão no tênis brasileiro https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/09/01/atrapalhada-convocacao-para-copa-davis-gera-tensao-no-tenis-brasileiro/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/09/01/atrapalhada-convocacao-para-copa-davis-gera-tensao-no-tenis-brasileiro/#respond Fri, 01 Sep 2017 20:24:35 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/28241253873_821551e7b3_z-180x120.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=731 A convocação brasileira para a Copa Davis criou um ambiente de crise no tênis nacional. A equipe enfrentará o Japão de 15 a 17 de setembro, pela repescagem do grupo mundial.

Na segunda (28), o capitão do time, João Zwetsch, convocou a mesma equipe do último duelo, contra o Equador, em abril: Thomaz Bellucci, 29, Thiago Monteiro, 23, e os duplistas Bruno Soares, 35, e Marcelo Melo, 33.

A diferença é que, nesse meio tempo, o número um do país passou a ser Rogério Dutra Silva, 33. Hoje, a ordem dos simplistas brasileiros no ranking é Rogerinho (68º colocado), Bellucci (76º) e Monteiro (113º).

Zwetsch disse que optou por não contar com o melhor jogador do país na atualidade por conta do piso em que o confronto será disputado, uma quadra dura e rápida, e para que Monteiro, o mais jovem dos três simplistas, acumule experiência.

Nesta sexta, Bellucci anunciou que não poderá disputar a competição por causa de uma ruptura parcial no tendão de aquiles. Desta vez, então, o capitão convocou Rogerinho, que recusou.

“Por ser o número um do país e viver um de meus melhores momentos acreditava que seria consultado para ir ao confronto, mas eu tive que ir atrás do capitão para saber”, afirmou o tenista em nota divulgada por sua assessoria.

“Depois dessa negativa, preparei todo o meu calendário até o fim da temporada com altos custos tanto na parte financeira e também na parte física, pois jogar uma Copa Davis exige muito do corpo. Infelizmente, atender a esse pedido de última hora comprometeria todo o meu calendário e meu desempenho”, completou o atleta, que não possui um grande patrocinador.

Também por meio de nota, divulgada pela Confederação Brasileira de Tênis, Zwetsch disse que a recusa “é plenamente compreensível, pois sabemos o quanto é difícil para um tenista mudar o calendário de última hora”. Para o lugar de Bellucci, então, foi chamado Guilherme Clezar (233º).

A Folha apurou que Rogerinho ficou irritado com a não convocação. Para ele, porém, não ter sido comunicado antes pelo capitão foi ainda pior.

MAIS DIFÍCIL

O Brasil havia visto suas chances no confronto crescerem nos últimos meses, com as lesões do top 10 Kei Nishikori e do promissor Yoshihito Nishioka. Em simples, o país asiático será representado por Yuichi Sugita (44º), que vive boa fase, e por Taro Daniel (121º), que fez bom jogo e venceu um set contra Rafael Nadal no Aberto dos EUA.

Agora, com exceção das duplas, a vantagem passa a ser japonesa. Aos brasileiros, resta juntar os cacos e buscar o retorno ao grupo de elite da Davis em meio a mais um capítulo confuso do tênis nacional.

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Tenistas brasileiros fazem nos EUA seu pior Grand Slam desta temporada https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/08/29/__tenistas-brasileiros-fazem-nos-eua-seu-pior-grand-slam-desta-temporada/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2017/08/29/__tenistas-brasileiros-fazem-nos-eua-seu-pior-grand-slam-desta-temporada/#respond Tue, 29 Aug 2017 17:04:12 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2017/08/19c82491cfd358670d97335bf8f0bdc21a99e764159e22fa0c8aec1359ded5dd_59a45b6568288-180x120.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=722 Com quatro derrotas em quatro jogos na primeira rodada do Aberto dos EUA, os tenistas brasileiros tiveram o pior desempenho nas chaves de simples de um Grand Slam em 2017.

Nesta quarta-feira (30), Thomaz Bellucci (76º do ranking) perdeu em sets diretos para o alemão Dustin Brown (116º), e Thiago Monteiro (113º), por 3 a 2 para o atleta da Tunísia Malek Jaziri (80º).

Na segunda, Rogerinho (68º) foi superado por 3 a 1 pelo alemão Florian Mayer (74º). Única representante do país entre as mulheres, Bia Haddad (71º) parou diante da croata Donna Vekic (52º) sem ganhar uma parcial.

Nenhum dos oponentes dos brasileiros é cabeça de chave e poderia ser considerado uma pedreira, portanto fica a sensação de que ir mais longe era um cenário possível.

O melhor aproveitamento em Slams neste ano ocorreu em Roland Garros. Os três tenistas venceram o primeiro jogo, e Bia caiu no seu debute em Slams. Já em Wimbledon foram duas vitórias (Bia e Monteiro) e duas derrotas. No Aberto da Austrália, o país teve três representantes, todos na chave masculina: Rogerinho foi o único a conquistar um triunfo.

O desempenho zerado repete o Aberto dos EUA do ano passado, quando Bellucci, Rogerinho e Guilherme Clezar pararam na estreia.

Resta apostar, como de hábito, nas chaves de duplas. São seis brasileiros em ação: Marcelo Melo, Bruno Soares, Marcelo Demoliner, André Sá e Rogerinho, além de Bia, que repetirá Wimbledon e jogará ao lado da croata Ana Konjuh.

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