Disputa pelo título do Aberto dos EUA reúne mulheres com trajetórias inspiradoras
Lesões, doenças, carreiras interrompidas ou quase. As quartas de final da chave feminina do Aberto dos EUA reúnem tenistas que deram a volta por cima para chegar a essa etapa do torneio. Agora, elas estão a três vitórias do título.
Nesta terça (5), a americana Sloane Stephens enfrenta a letã Anastasija Sevastova, e a também americana Venus Williams encara a tcheca Petra Kvitova. Desse grupo sairá uma das finalistas.
Kvitova, 27, não se machucou em quadra, mas teve um grande susto fora dela, em dezembro do ano passado. Durante um assalto a sua casa, na República Tcheca, a tenista tentou se defender e teve a mão esquerda ferida com uma faca.
A lesão foi grave, e a canhota corria sérios riscos de não voltar a jogar. Para a alegria do circuito, porém, a bicampeã de Wimbledon retornou em Roland Garros, quando conseguiu uma vitória emotiva na estreia.
Venus, 37, vive um 2017 especial e inesperado. Desde 2011, quando foi diagnosticada com a Síndrome de Sjögren —doença autoimune que pode causar, entre outras coisas, dor articular e cansaço fácil—, ela era uma coadjuvante no circuito.
Este ano, porém, a jogadora perdeu a final do Aberto da Austrália para Serena e também foi vice em Wimbledon. Ainda viu a irmã dar à luz a primeira filha, na semana passada, e passou por um triste episódio: se envolveu em um acidente de trânsito com vítima fatal nos EUA —o último relatório da polícia a inocentou.
Stephens, 24, teve uma das recuperações mais rápidas do tênis. Em 7 de agosto, a americana era apenas a número 934 do ranking. Três semanas depois, já ocupava a 83ª posição. Apontada como revelação no início da carreira, a ex-número 11 do mundo chegou à semifinal na Austrália em 2013.
No ano passado, ela conquistou três títulos, mas se lesionou após a Olimpíada do Rio e só voltou em julho deste ano, para Wimbledon. Após duas derrotas seguidas, Stephens venceu 12 dos últimos 14 jogos.
Sevastova, 27, chegou a abandonar a carreira em 2013 por causa de problema nas costas, mas retornou dois anos depois, quando as dores diminuíram. Nesse período, começou um curso na área de turismo e recreação. Hoje, ela ocupa a 17ª posição do ranking e repete a campanha do ano passado em Nova York.
Na quarta (6), será a vez de mais quatro tenistas entrarem em ação. A americana Madison Keys, 22, que enfrenta a estoniana Kaia Kanepi, 32, teve sua melhor temporada no ano passado. A entrada dela no top 10, porém, ofuscou as fortes dores no punho que a atormentavam. Duas cirurgias depois, a jovem busca recuperar a melhor forma.
Kanepi, por sua vez, quase abandonou o tênis no fim de 2016, atormentada por um processo inflamatório nos dois pés e uma doença autoimune. Ela percebeu que sentia falta do circuito quando fazia um curso para aprender a dirigir em estradas congeladas na Finlândia, segundo o “New York Times”. Como ficou cerca de um ano sem jogar, a ex-número 15 do mundo ocupa atualmente a 418ª colocação.
Para fechar os jogos das quartas de final, a tcheca Karolina Pliskova, 25, precisa superar a americana CoCo Vandeweghe para ter chances de permanecer como número um do mundo após o torneio. A reta final do Aberto dos EUA promete.
*Este post foi inspirado em uma sequência de tuítes da jornalista da WTA Courtney Nguyen que chegou até mim pela colega de Folha Beatriz Izumino.