Primeiro Serviço https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br Histórias, análises e pitacos sobre tênis Wed, 16 Jan 2019 14:14:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Choro de Federer é o clímax do seu 20º Grand Slam https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/28/choro-de-federer-e-o-climax-do-seu-20o-grand-slam/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/28/choro-de-federer-e-o-climax-do-seu-20o-grand-slam/#respond Sun, 28 Jan 2018 13:49:24 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/federer-1-180x127.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=1036 No dia em que Roger Federer chegou ao seu 20º troféu de Grand Slam, o principal momento da conquista se deu fora da quadra. Em um dos discursos mais emocionantes e emocionados que fez ao longo da carreira, o tenista de 36 anos desabou em lágrimas. A família chorou junto, a lenda Rod Laver filmou no celular, não poderia ter sido melhor.

A reação do campeão surpreendeu pelo nível de emoção. Foi mais intensa do que no ano passado, quando também na Austrália derrotou o rival Rafael Nadal após passar seis meses fora das quadras e quase cinco anos sem um título de Slam. Também chamou mais a atenção do que em Wimbledon, onde o oitavo troféu era sua meta declarada.

Será que essa foi a última conquista dele em Melbourne? Muitas pessoas notaram que o suíço não disse, como de hábito, “até o ano que vem”. Mais tarde, durante entrevista, afirmou que sim, espera voltar ao torneio em 2019. Talvez tornar-se o único homem a chegar a duas dezenas de Slams fosse um objetivo especial para a equipe, por isso a comoção.

Mais proveitoso do que especular sobre os motivos para o choro, porém, é deleitar-se com a emoção do maior vencedor de todos os tempos. Um atleta que conquistou seu primeiro troféu desse nível em 2003 e ainda hoje é capaz de comemorar como criança após um jogo sofrido. Aqui, todos os méritos para o derrotado Marin Cilic.

Adorado em todo o mundo pelos fãs de tênis, Federer mudou o patamar do esporte primeiro pela sua técnica apurada. Com o passar dos anos, tornou-se mais e mais carismático. A última barreira a ser rompida foi na parte física.

Ao respeitar o próprio corpo e se permitir mais momentos de descanso, ele bate seguidas marcas de longevidade e tem sofrido menos com lesões do que os rivais mais novos Rafael Nadal, de 31 anos, Novak Djokovic e Andy Murray, ambos com 30. Sem forçar, pode em breve retornar à liderança do ranking.

Hoje o suíço encanta pelo que faz em quadra e diverte pela leveza nas entrevistas. O recordista de títulos de Grand Slam é também o marido da Mirka, o pai das gêmeas e dos gêmeos, um trintão que sabe aproveitar a vida e ser o maior tio do pavê que você respeita.

O Federer gênio e o Federer humano nunca coexistiram tanto. Se a linha de chegada está sempre mais próxima, que possamos desfrutar enquanto ela não chega.

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Wozniacki volta ao topo do tênis com título de Grand Slam e sem contestação https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/27/wozniacki-volta-ao-topo-do-tenis-com-titulo-de-grand-slam-e-sem-contestacao/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/27/wozniacki-volta-ao-topo-do-tenis-com-titulo-de-grand-slam-e-sem-contestacao/#respond Sat, 27 Jan 2018 12:55:50 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/woz-180x132.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=1026 Número um do mundo sem título de Grand Slam. Esse rótulo, tantas vezes colado em Caroline Wozniacki e usado para desmerecer a sua carreira, não poderá mais ser atribuído à tenista dinamarquesa de 27 anos.

Campeã do Aberto da Austrália neste sábado (27), após bater a romena Simona Halep por 2 sets a 1 (7/6, 3/6, 6/4) em duas horas e 50 minutos de partida, Wozniacki voltará ao topo do ranking da WTA na segunda (29).

Desta vez, diferentemente das outras 67 semanas em que esteve na liderança de 2010 a 2012, não faltará ao currículo dela um dos quatro mais importantes troféus do tênis.

Wozniacki foi vice-campeã do Aberto dos EUA em 2009, aos 19 anos, e em 2014. Uma sequência de lesões a derrubou para a 74ª posição em 2016, e a oportunidade de triunfar em Slams parecia ter passado para a atleta.

Seu estilo de jogo defensivo, baseado em rápida movimentação das pernas e muitas trocas de bola, foi considerado ultrapassado em um circuito cada vez mais dominado por jogadoras que agridem a bolinha.

Desde o ano passado, porém, a dinamarquesa mostrou repertório para se reinventar sem perder a essência. É uma das melhores estrategistas do circuito, mas também parte para a definição dos pontos quando julga necessário. Foi essa postura, mais agressiva do que Halep esperava, que lhe deu a vantagem no início da decisão.

A partida, que valia a ponta do ranking, foi uma batalha de nervos, uma prova de resistência para as duas tenistas, que precisaram salvar match points durante a competição e por muito pouco não deram adeus a Melbourne precocemente.

Após o primeiro set de alto nível, a qualidade técnica caiu nas demais parciais, mas a tensão dos games decisivos garantiu emoção até os últimos pontos.

Halep, agora três vezes vice-campeã em Slams (perdeu na final de Roland Garros em 2014 e 2017), também buscava se livrar do asterisco por nunca ter triunfado em Majors.

Se não foi neste sábado, uma conquista desse nível tampouco parece distante da romena de 26 anos, que com o resultado cai para a segunda posição do ranking. Caso lhe falte inspiração, basta assistir ao vídeo da final e encontrá-la bem ali, do outro lado da rede.

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‘Big Four’ do tênis completará um ano sem se enfrentar em Grand Slam https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/23/big-four-do-tenis-completara-um-ano-sem-se-enfrentar-em-grand-slam/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/23/big-four-do-tenis-completara-um-ano-sem-se-enfrentar-em-grand-slam/#respond Tue, 23 Jan 2018 14:02:34 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/nadal-180x120.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=1020 Desde que Roger Federer e Rafael Nadal fizeram a espetacular final do último Aberto da Austrália, em janeiro de 2017, não houve mais confrontos entre os tenistas do “Big Four” em Grand Slams. Tampouco haverá tão cedo.

Nadal, com uma lesão ainda não esclarecida que o fez abandonar no quinto set a partida contra Marin Cilic pelas quartas de final, e Djokovic, que sentiu o cotovelo na derrota para Hyeon Chung pelas oitavas, estão fora do primeiro Slam do ano.

Murray, submetido a uma cirurgia no quadril, desistiu antes do torneio. Sua volta está prevista para o meio do ano, provavelmente na temporada de grama.

Resta Federer. Aos 36 anos, o suíço ainda não passou por uma grande exigência física na competição, cenário que deve mudar nos próximos jogos. Na manhã desta quarta (24), ele enfrentará o tcheco Tomas Berdych, que vem de ótimas partidas, pelas quartas de final.

No ano passado, o “Big Four” se enfrentou apenas seis vezes, menor número desde 2005. Em 2008 e 2015, foram 24 confrontos entre os quatro principais atletas das últimas décadas.

Depois da decisão em Melbourne, Federer e Nadal jogaram mais três vezes em 2017, nos Masters de Indian Wells e Miami, em março, e Xangai, em outubro. O espanhol enfrentou Djokovic no Masters de Madri, em maio, e o sérvio duelou com Murray no torneio de Doha, em janeiro.

Nenhum dos três últimos Slams teve mais que um tenista do quarteto nas semifinais. Em contrapartida, o americano Sam Querrey (Wimbledon), 30, o sul-africano Kevin Anderson (Aberto dos EUA), 31, o espanhol Pablo Carreño Busta (Aberto dos EUA), 26, e o britânico Kyle Edmund (Aberto da Austrália), 23, fizeram suas estreias nessa fase das competições.

Melbourne verá mais um debutante nas semis, que sairá do duelo entre Chung, 21, e Tennys Sandgren, 26, na madrugada desta quarta.

Aos poucos, e não necessariamente da forma mais desejada, o tênis vai conhecendo uma nova realidade.

Leia também:

Lesões derrubam presença de Federer, Nadal, Djokovic e Murray no circuito

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Calor de quase 40°C castiga tenistas e público na Austrália; veja fotos https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/veja-em-fotos-como-calor-de-quase-40c-castiga-tenistas-e-publico-na-australia/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/18/veja-em-fotos-como-calor-de-quase-40c-castiga-tenistas-e-publico-na-australia/#respond Thu, 18 Jan 2018 16:54:24 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/monfils-180x120.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=995 O forte calor da primeira semana do Aberto da Austrália tem gerado reclamações dos tenistas. Na tarde desta quinta (18, madrugada no Brasil), o termômetro chegou a marcar 39°C em Melbourne.

Novak Djokovic e o francês Gael Monfils, que jogaram por duas horas e 45 minutos no auge do calorão, sofreram em quadra e fizeram críticas duras à organização do torneio.

O sérvio, vencedor do confronto em quatro sets, afirmou ter chegado ao limite da sua resistência. “Nosso esporte tornou-se uma indústria. É mais um negócio do que um esporte, e às vezes eu não gosto disso. Claro que todos nós somos gratos por termos uma boa compensação financeira e uma vida boa. Ao mesmo tempo, o mais importante para nós é a nossa saúde”, disse o atleta de 30 anos.

Monfils, 31, afirmou que “estava morrendo em quadra” e que tentou esfriar o corpo com gelo e derramando água, mas sem sucesso. Ele desejou boa sorte aos tenistas que permanecem na competição, pois a previsão é que as condições climáticas continuem ingratas nos próximos dias.

Segundo as regras do Aberto da Austrália, para que o teto da quadra seja fechado (isso é possível nas três principais arenas), a temperatura precisa passar de 40°C. Também é levado em consideração um complexo índice que combina umidade, vento, radiação solar, entre outros aspectos.

Roger Federer, que fez suas duas partidas até agora na rodada noturna, disse ter ficado feliz por jogar à noite, mas que entraria em quadra de dia sem problemas. “É difícil se preparar para isso, mas, quando você vem para cá, sabe que isso pode acontecer”.

Veja como jogadores e público tentaram aliviar o calor desta quinta em Melbourne.

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Falante e talentosa, ucraniana de 15 anos é sensação do Aberto da Austrália https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/17/falante-e-talentosa-ucraniana-de-15-anos-e-sensacao-do-aberto-da-australia/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/17/falante-e-talentosa-ucraniana-de-15-anos-e-sensacao-do-aberto-da-australia/#respond Wed, 17 Jan 2018 03:55:29 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/kostyuk-180x128.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=989 A ucraniana Marta Kostyuk, 15, é a sensação dos primeiros dias de Aberto da Austrália. Classificada para a terceira rodada em Melbourne, ela é a mais jovem a atingir essa fase no torneio desde Martina Hingis, em 1996.

Campeã da chave juvenil no ano passado, a adolescente é a 521ª colocada do ranking da WTA e ganhou convite para participar do qualificatório para o evento principal neste ano. Foram três vitórias antes de entrar na chave principal, onde já derrotou a chinesa Shuai Peng (27ª) e a australiana Olivia Rogowska (168ª).

Desde o ano passado, já são 11 vitórias consecutivas da ucraniana no Aberto da Austrália. Além dos resultados, Kostyuk tem encantado pela simpatia e espontaneidade, em quadra e nas entrevistas.

Ao site da WTA, ela contou que quando era mais nova não conseguia gostar de tênis porque se irritava muito nos treinos e quebrava raquetes. Estar junto com a mãe, que foi profissional, era a sua principal motivação.

“Eu sou uma pessoa de altos e baixos a todo momento, na minha vida, em quadra. São essas coisas que estou tentando controlar. Estou apenas começando e tenho mais 15 anos na minha carreira”, afirmou Kostyuk, que antes do Grand Slam foi derrotada na estreia de um torneio pequeno.

“Eu mudei completamente minha atitude em quadra neste torneio. Não antes. Apenas neste. Eu era uma jogadora diferente no meu último torneio”, disse.

Ivan Ljubicic, ex-tenista croata e técnico de Roger Federer, gerencia a carreira da garota. Após sua segunda vitória, em uma entrevista muito divertida, ela disse que já falou com o suíço duas vezes e que foram ótimas conversas: “não apenas oi, tudo bem”.

Em outra passagem espirituosa, afirmou que desistiu de ser perfeccionista no tênis, como se considerava anos atrás. “Você comete erros em todos os pontos, em todos os golpes, e tem que lidar com isso, caso contrário vai parar em um hospital psiquiátrico”.

Na terceira rodada, Kostyuk terá pela frente a compatriota Elina Svitolina, de 23 anos e número 4 do mundo. Promete ser um grande duelo, não apenas para ucranianos.

Curiosidade: Kostyuk treinou ginástica acrobática até os 11 anos. Isso explica uma comemoração inusitada após vencer o Masters juvenil do ano passado, na China.

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‘Não é meu’, brinca Federer ao ouvir choro de bebê durante partida na Austrália https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/16/nao-e-meu-brinca-federer-ao-ouvir-choro-de-bebe-durante-partida-na-australia/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/16/nao-e-meu-brinca-federer-ao-ouvir-choro-de-bebe-durante-partida-na-australia/#respond Tue, 16 Jan 2018 11:53:42 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/federer3-180x111.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=974 Roger Federer mostrou não apenas um bom tênis na primeira rodada do Aberto da Austrália, mas também descontração durante a vitória por 3 sets a 0 sobre o esloveno Aljaz Bedene.

Antes de o rival sacar no início do terceiro set, o choro de um bebê foi ouvido na Rod Laver Arena. De pronto, o suíço avisou: “não é meu”.

Federer é pai das gêmeas Myla Rose e Charlene Riva, de 8 anos, e dos também gêmeos Leo e Lenny, de 3 anos. Os quatro assistiram ao último título dele em Wimbledon, em julho de 2017, mas geralmente não são levados aos jogos.

A mulher do suíço, Mirka Federer, que o acompanha no circuito, pareceu se divertir com a piada do marido, assim como o público na Rod Laver.

Mirka Federer (à dir.), mulher do suíço, e os quatro filhos do casal assistem à premiação em Wimbledon-2017 (Daniel Leal-Olivas/Reuters)
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Bia Haddad se especializa em quebrar marcas históricas do tênis brasileiro https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/16/bia-haddad-se-especializa-em-quebrar-marcas-historicas-do-tenis-brasileiro/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/16/bia-haddad-se-especializa-em-quebrar-marcas-historicas-do-tenis-brasileiro/#respond Tue, 16 Jan 2018 09:20:56 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/bia2-180x100.png http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=964 Ao vencer a australiana Lizette Cabrera, 20, na madrugada desta terça (16), Bia Haddad Maia, 21, encerrou um jejum de 53 anos do tênis brasileiro.

A última vez que uma tenista do país havia passado da primeira rodada no Aberto da Austrália tinha sido em 1965, quando Maria Esther Bueno foi vice-campeã do torneio.

A vitória por 2 sets a 0 (7/6, 6/4) foi a segunda da paulista em Grand Slams. O debute ocorreu em Wimbledon, no ano passado, quando também quebrou uma marca importante: tornou-se a primeira atleta do país a vencer na grama sagrada desde a paranaense Gisele Miró, em 1989.

Desta vez como daquela, Bia (70ª do ranking) superou uma jogadora da casa e de posição pior que a sua (161ª), o que mostra que jogar como favorita e sob pressão não tem sido um problema grave para a jovem canhota.

“Fico feliz em quebrar esse tabu. É sempre uma honra jogar pelo Brasil. Hoje tinham muitos brasileiros torcendo por mim. Saber que há 53 anos nenhuma brasileira ganhava aqui só deixa a gente mais motivado que é possível. Não só eu, mas todas as garotas devem acreditar que também podem”, afirmou Bia.

Ainda que com oscilações perigosas, como no início da partida, tem prevalecido a confiança de quem sabe que pode ir longe no tênis. Certamente já está na sua mira a próxima partida, contra a tcheca Karolina Pliskova, número 6 do ranking.

Será a quinta tenista do atual top 10 que Bia enfrentará em menos de um ano. Em 2017, ela perdeu partidas para Venus Williams (5ª), Simona Halep (1ª), Garbiñe Muguruza (3ª) e Jelena Ostapenko (7ª). É possível que a bagagem acumulada diante dessas grandes jogadoras ajude a encarar Pliskova, provavelmente em uma das principais quadras do torneio.

Melhor jogadora do país em simples entre homens e mulheres, Bia dá motivos para otimismo com a sua carreira. Há muitas marcas históricas do tênis feminino que podem ser quebradas nos próximos anos. Desde 1989, brasileiras não chegam a uma terceira rodada de Grand Slam. Quem sabe na próxima quinta?

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Discurso anti-LGBT deixa lenda do tênis isolada onde deveria ser anfitriã https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/15/discurso-anti-lgbt-deixa-lenda-do-tenis-isolada-onde-deveria-ser-anfitria/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/15/discurso-anti-lgbt-deixa-lenda-do-tenis-isolada-onde-deveria-ser-anfitria/#respond Mon, 15 Jan 2018 08:15:09 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/margaret-180x123.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=947 Maior vencedora do Aberto da Austrália, com 11 títulos em simples, e homenageada com seu nome na segunda quadra mais importante do torneio, Margaret Court, 75, não irá ao evento neste ano. Ela afirmou que assistirá aos jogos pela TV enquanto desfruta, ao lado da família, da sua casa de férias no verão australiano.

O clima para a maior vencedora de Grand Slam de todos os tempos (24) não seria dos melhores no palco onde já reinou. Desde o ano passado, pipocam pedidos para que seu nome seja retirado da quadra —onde cabem 7.500 pessoas— e para que os jogadores escalados para atuar nela promovam um boicote.

Os motivos? Declarações dadas ao longo de 2017, como “o tênis está cheio de lésbicas”, críticas a pessoas transgênero e ao “lobby gay nas escolas”, além da sua posição contrária à união entre pessoas do mesmo sexo, repetida várias vezes em entrevistas.

Em dezembro, o Parlamento da Austrália aprovou lei que legaliza o casamento gay no país, após 62% da população defender a medida em uma consulta popular. Pastora pentecostal e filiada ao Partido Liberal (centro-direita), a ex-tenista ameaçou deixar a legenda por ela ter apoiado o pleito.

Na última sexta (12), outra lenda do tênis e ex-rival de Court, a americana Billie Jean King, 74, afirmou ser favorável à mudança do nome da quadra. Homenageada pela organização do torneio, ela disse que não atuaria na arena se ainda estivesse em atividade.

“Eu estava bem até ela dizer recentemente muitas coisas depreciativas sobre a minha comunidade. Eu sou uma mulher homossexual, e isso realmente atingiu meu coração e minha alma”, declarou King, que teve parte da sua história de vida contada no filme “Guerra dos Sexos”.

Billie Jean King em entrevista no Aberto da Austrália (Mark Baker - 12.jan.2018/Associated Press
Billie Jean King em entrevista no Aberto da Austrália (Mark Baker – 12.jan.2018/Associated Press)

“Se você tem seu nome em qualquer coisa é importante que você seja hospitaleira, inclusiva e tenha os braços abertos para todos que cheguem”, completou King, cujo nome batiza o complexo que recebe o Aberto dos EUA. Outra multicampeã, Martina Navratilova, 61, que também é homossexual, já havia defendido alteração no nome da quadra.

Se a posição conta com o apoio de personalidades de peso do passado, faltam tenistas do presente para defendê-la. Nas entrevistas coletivas que antecederam esta edição do Aberto da Austrália, alguns dos principais atletas do circuito foram questionados sobre a polêmica. Em que pese alguns deles terem recriminado qualquer tipo de discriminação, praticamente não se ouviu crítica direta às posições de Court.

Se quem poderia levar a uma discussão mais profunda sobre o tema silencia, a ausência da australiana em Melbourne reverbera. Com seu discurso anti-LGBT, ela se isola do mundo do tênis e prefere passar longe do palco onde deveria ser a anfitriã.

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Lesões e disputa judicial tiram estrelas da Austrália; saiba quem está fora do Grand Slam https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/12/lesoes-e-disputa-judicial-tiram-estrelas-da-australia-saiba-quem-esta-fora-do-grand-slam/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/12/lesoes-e-disputa-judicial-tiram-estrelas-da-australia-saiba-quem-esta-fora-do-grand-slam/#respond Fri, 12 Jan 2018 13:09:40 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/murray-180x124.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=941 As semanas que antecederam o Aberto da Austrália, que começa na segunda (15), têm sido marcadas pela expectativa para o primeiro Grand Slam da temporada 2018, mas também pela apreensão com a lista de desistências do torneio. A três dias do início, há o que lamentar, mas também respirar aliviado, porque poderia ser pior.

Até esta sexta (5), as principais ausências confirmadas são as de Serena Williams, Andy Murray, Victoria Azarenka e Kei Nishikori. Rafael Nadal e Novak Djokovic, que desistiram de torneios no início do ano, mas disputaram jogos de exibição, estão confirmados na chave masculina, assim como Stan Wawrinka e Milos Raonic. Resta saber em que nível essas atletas chegarão a Melbourne. Garbiñe Muguruza, que abandonou os dois eventos em que competiu, também preocupa.

Saiba o que tirou algumas das estrelas da modalidade do Aberto da Austrália:

Serena Williams

A americana de 36 anos voltou às quadras no fim de dezembro, quase quatro meses após o nascimento de sua filha, Alexis Olympia. Em exibição contra a letã Jelena Ostapenko, Serena mostrou movimentação muito abaixo do ideal e foi derrotada. “Eu consigo competir, mas não quero apenas competir”, disse a atual campeã do torneio, que não se considera pronta para jogar em alto nível e desistiu do Slam australiano.

Serena Williams durante jogo exibição (Kamran Jebreili - 30.dez.2017/Associated Press)
Serena Williams durante jogo exibição (Kamran Jebreili – 30.dez.2017/Associated
Press)

Andy Murray

Parecia apenas uma questão de tempo para que essa desistência fosse anunciada, o que aconteceu no dia 4 de janeiro. O britânico de 30 anos não joga uma partida oficial desde julho de 2017, quando caiu nas quartas de final de Wimbledon. Para tratar uma séria lesão no quadril que o afligia de forma crescente, ele se submeteu a uma cirurgia na última segunda (8). Seu retorno está previsto para a temporada de grama.

Victoria Azarenka

A bielorrussa de 28 anos já conviveu com lesões e também ficou afastada das quadras para dar à luz Leo, que nasceu em dezembro de 2016. Agora, o que a impede de disputar torneios é uma batalha judicial com o ex-namorado pela custódia da criança. Impedida de deixar a Califórnia com o filho, ela não atua desde julho e precisou abrir mão do convite que havia recebido da organização em Melbourne.

Victoria Azarenka durante jogo do Aberto da Austrália-2016
Victoria Azarenka durante jogo do Aberto da Austrália em 2016 (Vincent Thian – 27.jan.2016/Associated Press)

Kei Nishikori

Com uma lesão no punho que o tirou do top 20, o japonês de 28 anos está ausente das competições desde agosto. Nishikori, que lamentou não poder participar do seu Grand Slam favorito, planeja um caminho pouco usual para o retorno. Ele anunciou que disputará um challenger de alto nível (US$ 150 mil) em Newport (EUA), concomitante com a segunda semana do Aberto da Austrália.

Nishikori no Aberto da Austrália do ano passado (Saeed Khan - 22.jan.2017/AFP)
Nishikori no Aberto da Austrália do ano passado (Saeed Khan – 22.jan.2017/AFP)

 

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Fora da Austrália, Azarenka é mais uma mãe forçada a escolher entre carreira e família https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/09/fora-da-australia-azarenka-e-mais-uma-mae-forcada-a-escolher-entre-carreira-e-familia/ https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/2018/01/09/fora-da-australia-azarenka-e-mais-uma-mae-forcada-a-escolher-entre-carreira-e-familia/#respond Tue, 09 Jan 2018 14:39:15 +0000 https://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/azarenka1-180x120.jpg http://primeiroservico.blogfolha.uol.com.br/?p=927 Para falar sobre a ausência da bielorrussa Victoria Azarenka do circuito, muito mais indicada do que eu é a colega de Folha Beatriz Izumino, fã de tênis que dá ao blog a honra do seu texto.

BEATRIZ IZUMINO

DE SÃO PAULO

Enquanto Hollywood se parabenizava por uma cerimônia do Globo de Ouro politizada por ações e discursos contra a desigualdade e a violência de gênero, o mundo do tênis sofria mais uma derrota indireta nessa luta.

Sem jogar desde Wimbledon, a ex-número 1 do mundo Victoria Azarenka, 28, decidiu abrir mão do convite que havia recebido da organização do Aberto da Austrália deste ano, que começa no próximo domingo (14).

Duas vezes campeã do torneio, a bielorrussa não pode sair da Califórnia com o filho, Leo, de 1 ano, enquanto não resolver uma disputa pela custódia do menino com o ex-namorado e pai do garoto, Billy McKeague. Esse é o mesmo motivo pelo qual ela já deixou de jogar o Aberto dos Estados Unidos e os demais campeonatos desde então. Por isso, despencou no ranking para a 210º posição.

A determinação judicial de não poder sair do Estado, onde ela mora com a criança, também vale para o pai. Segundo especialista ouvido pelo “New York Times”, trata-se de uma medida temporária e comum em casos como esse.

O que têm a ver as mulheres de preto da premiação de domingo (7) com a situação de Azarenka? Bom, o fato de uma mulher estar sendo forçada a escolher entre seu filho e seu trabalho, por exemplo.

É claro que a vida de uma tenista profissional é radicalmente diferente da média das mulheres, uma vez que envolve viagens constantes por todo o planeta, o ano inteiro. E é certo também que não se advoga por separar filho de pai ou mãe, quando não há situação de risco. Mas há sinais aqui de que essa é uma disputa de poder, e não apenas pelo bem-estar do garoto.

A própria Azarenka parece ver a questão com esses olhos. Ao revelar oficialmente a situação pouco antes do Aberto dos Estados Unidos, em agosto, a tenista declarou em sua página do Facebook que “ninguém deveria ter que decidir entre um filho e a carreira, somos fortes o bastante para fazer os dois”. “Continuo otimista que nos próximos dias o pai do Leo e eu conseguiremos deixar de lado nossas diferenças e tomar atitudes na direção certa para trabalhar melhor como um time e chegar a um acordo para que nós três viajemos e para que eu possa competir, mas, mais importante é garantir que o Leo tenha a presença constante de ambos os pais.”

Como contraste, em 2011, cerca de um ano depois do nascimento de sua filha, o tenista suíço Stan Wawrinka, então ainda à sombra do compatriota Roger Federer, decidiu sair de casa e se dedicar à carreira. À época, ele teria argumentado que teria apenas mais alguns anos para se tornar um jogador top 10 e que precisaria se concentrar no tênis para alcançar esse objetivo —meta cumprida em maio de 2013.

Há muitos pais no circuito masculino, mas poucos viajam com os filhos o tempo todo. Já entre as mulheres, Kim Clijsters ganhou três Grand Slams com a filha mais velha a assistindo no box, e a austríaca Sybille Bammer jogou por dez anos depois do nascimento da filha, viajando sempre acompanhada da garota —Bammer é uma das poucas tenistas a ter um histórico positivo ante Serena Williams, com duas vitórias e nenhuma derrota.

Enquanto a disputa familiar de Azarenka não se resolve, perdem o torneio, os fãs e o esporte. Ela é mais uma de milhares de mulheres pelo mundo vítimas de um sistema que as impede de atingirem seu potencial completo pessoal e profissional —e ela tem a vantagem de ter a independência financeira e a plataforma para expressar sua frustração e suas ambições.

“Sim, eu [voltarei ao circuito] por mim, porque eu quero alcançar todo o meu potencial, mas não é só por mim mais”, ela disse ao “New York Times” em abril de 2017. “Quero que meu filho se orgulhe de mim. Quero dar a ele um bom exemplo, de que se você tem um objetivo e um sonho, você pode alcançá-los se trabalhar duro.”

Serena Williams e Victoria Azarenka brincam após título da bielorrussa em Indian Wells (Mark J. Terrill - 20.mar.2016/Associated Press)
Serena Williams e Victoria Azarenka brincam após título da bielorrussa em Indian Wells (Mark J. Terrill – 20.mar.2016/Associated Press)
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